

Jucimar Silva foi levado para a Delegacia do Senado por determinação do presidente da CPMI, Carlos Viana | Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
02 de dezembro de 2025 – O ex-coordenador-geral do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) Jucimar Fonseca da Silva foi preso em flagrante na madrugada desta terça-feira (02 de dezembro de 2025) após prestar depoimento por mais de nove horas à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, no Senado Federal.
A detenção foi determinada pelo presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), que acusou o depoente de mentir e omitir informações relevantes durante o interrogatório. “O senhor está preso por calar a verdade”, afirmou Viana ao encerrar a sessão, que começou na tarde de segunda-feira.
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A Polícia Legislativa conduziu Jucimar para a lavratura do flagrante logo após o anúncio da prisão. Ele é investigado na Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, por supostamente autorizar o processamento de descontos associativos e de crédito consignado na folha de pagamento do INSS mesmo diante de indícios de irregularidades.
Segundo as investigações, Jucimar também assinou parecer técnico que autorizou o desbloqueio em lote de descontos associativos a pedido da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), uma das entidades apontadas no esquema.
Durante o depoimento, o ex-coordenador afirmou que não tinha conhecimento das inconsistências quando tomou decisões e alegou que atuava sob ordens superiores: “Eu era um coordenador-geral, estava sob autoridade do Diretor de Benefícios e do Presidente do INSS. Não tinha poder decisório sobre essas questões.”
Jucimar deixou de comparecer às duas primeiras convocações da CPMI. Desta vez, foi localizado pela Polícia Legislativa em área próxima a Manaus e levado coercitivamente ao Congresso Nacional, em Brasília.
Após o depoimento, Carlos Viana afirmou que o ex-coordenador foi corretamente notificado da obrigatoriedade de comparecimento e que não poderia justificar ausência por motivos médicos sem ser submetido à perícia oficial.
O senador também declarou que Jucimar apresentou informações contraditórias sobre a emissão de pareceres técnicos relacionados a acordos de cooperação. Segundo Viana, já está comprovado que o ex-coordenador realizava esse tipo de análise desde 2021, apesar de ele afirmar que começou apenas em 2023.
“O tempo da paciência com quem vem mentindo à CPMI acabou”, disse o presidente.
Carlos Viana adiantou ainda que pedirá a prorrogação dos trabalhos da CPMI até maio de 2026. Atualmente, o encerramento está previsto para março.
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