

Desempenho industrial confirma perda de fôlego no terceiro trimestre | Foto: Victor Moriyama/The New York Times
04 de novembro de 2025 – A produção industrial brasileira caiu 0,4% em setembro na comparação com o mês anterior, conforme dados divulgados nesta terça-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado, que veio em linha com as expectativas do mercado, confirma o cenário de desaceleração do setor e os efeitos persistentes da política monetária restritiva e das tarifas impostas pelos Estados Unidos.
Em agosto, a indústria havia registrado alta de 0,7%, em dado revisado de 0,8%. Na comparação com setembro de 2024, houve avanço de 2,0%, mas ainda insuficiente para recuperar o dinamismo perdido nos últimos meses.
Com o desempenho de setembro, o setor fechou o terceiro trimestre com leve alta de 0,1%, após ter crescido 0,2% nos dois trimestres anteriores. Segundo o IBGE, a produção industrial permanece 14,8% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.
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De acordo com o gerente da pesquisa, André Macedo, a combinação de juros elevados e novas barreiras comerciais tem sido determinante para a perda de fôlego da indústria. “Muitos informantes relatam o tarifaço dos Estados Unidos como causa direta da queda da produção, especialmente nos setores de madeira e bens de capital. Mas a taxa de juros alta ainda é o principal fator que freia o setor”, explicou.
A taxa Selic em 15% mantém o crédito caro e restringe investimentos, agravando o cenário de baixa tração industrial.
Em setembro, 12 das 25 atividades pesquisadas apresentaram retração na produção. As maiores quedas foram registradas em produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,7%), indústrias extrativas (-1,6%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,5%). Esses segmentos respondem por cerca de 23% do total da indústria brasileira.
Entre os setores com desempenho positivo, destacou-se a fabricação de produtos alimentícios, que subiu 1,9% e acumulou alta de 4,4% nos últimos três meses.
Por categoria econômica, bens de consumo duráveis recuaram 1,4%, bens intermediários caíram 0,4% e bens de consumo semi e não duráveis tiveram leve baixa de 0,1%. Apenas o segmento de bens de capital apresentou resultado positivo, com crescimento de 0,1%.
O IBGE reforça que a falta de dinamismo industrial é reflexo direto das condições macroeconômicas, e que uma recuperação mais consistente dependerá da redução dos juros e da melhora no ambiente externo.
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