

Descoberto há mais de três décadas, o Yunxian 2 era classificado como pertencente ao Homo erectus, mas tecnologias modernas de reconstrução revelaram características inéditas | Foto: reprodução
27 de setembro de 2025 – Uma pesquisa publicada nesta sexta-feira (26) na revista Science revelou novas evidências que podem mudar a compreensão sobre a evolução humana. A reconstrução digital de um crânio com um milhão de anos, encontrado na China em 1990 e batizado como Yunxian 2, sugere que os humanos podem ter se separado de seus ancestrais cerca de 400 mil anos antes do que se acreditava — e que esse processo pode ter ocorrido na Ásia, e não na África.
Descoberto há mais de três décadas, o Yunxian 2 era classificado como pertencente ao Homo erectus, mas tecnologias modernas de reconstrução revelaram características inéditas. Entre elas, está uma capacidade craniana maior, aproximando o fóssil de espécies como o Homo longi e até mesmo o Homo sapiens, considerados muito mais recentes na linha evolutiva.
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De acordo com o antropólogo Chris Stringer, do Museu de História Natural de Londres, os resultados indicam que “há um milhão de anos, nossos ancestrais já estavam divididos em grupos distintos”, sugerindo uma divisão evolutiva mais antiga e complexa do que o previsto.
Isso também abre espaço para a hipótese de que hominídeos como o Homo sapiens e o Neandertal possam ter raízes muito mais antigas.
O estudo também coloca em debate a tradicional teoria da “saída da África”, que afirmava que os primeiros humanos teriam se dispersado a partir daquele continente. Para o pesquisador Michael Petraglia, da Universidade Griffith (Austrália), os resultados indicam que o Leste Asiático pode ter desempenhado papel essencial na evolução dos hominídeos.
Para realizar a análise, os cientistas aplicaram técnicas avançadas, como tomografia computadorizada, imagens com luz estruturada e reconstrução virtual. O modelo final foi comparado a mais de 100 outros fósseis humanos, permitindo confirmar diferenças e semelhanças que levantam novas questões sobre o passado da humanidade.
“Yunxian 2 pode nos ajudar a resolver um dos maiores enigmas da paleoantropologia, envolvendo fósseis que datam de 1 milhão a 300 mil anos”, destacou Chris Stringer.
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