

Ilhas brasileiras ganham destaque na ciência mundial | Foto: arquivo/Agência Brasil
10 de setembro de 2025 – Um estudo publicado na plataforma científica Peer Community Journal revelou que as ilhas oceânicas brasileiras, como Fernando de Noronha, o arquipélago de São Pedro e São Paulo e a Ilha da Trindade, concentram uma quantidade significativa de espécies endêmicas, ou seja, que não existem em nenhum outro lugar do mundo.
A pesquisa analisou mais de 7 mil espécies de peixes recifais em 87 ilhas globais e propõe um novo conceito científico, o Endemismo Provincial-Insular, que valoriza espécies compartilhadas entre ilhas próximas, mas ausentes em áreas continentais.
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De acordo com Hudson Pinheiro, pesquisador da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e líder do estudo, as espécies insulares são ainda mais vulneráveis que as costeiras, pois não têm para onde migrar em resposta ao aquecimento global. Isso aumenta o risco de extinção antes mesmo de serem descobertas.
“As ilhas oceânicas são ambientes de difícil acesso, dependem de expedições científicas e, por isso, têm menos estudos. Isso pode fazer com que espécies desapareçam sem nunca terem sido registradas”, explicou Pinheiro.
O avanço das pesquisas só foi possível com apoio da Marinha do Brasil, do CNPq e de organizações sociais. Uma das iniciativas mais importantes foi a criação da primeira estação de mergulho científico mesofótico da América Latina, pelo Cebimar/USP, que permitiu estudos em profundidades de até 150 metros.
Para Marion Silva, gerente de Conservação da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário, os resultados reforçam a urgência de políticas de preservação:
“Ao revelar a riqueza do endemismo nas ilhas brasileiras, reforçamos a urgência de proteger esse patrimônio. Não se trata apenas de evitar que a biodiversidade desapareça, mas de assegurar que o oceano continue a fornecer recursos e regular o clima.”
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Tags: ilhas brasileiras, Fernando de Noronha, biodiversidade marinha, espécies endêmicas, São Pedro e São Paulo, Trindade, conservação ambiental, aquecimento global, ciência brasileira, Peer Community Journal