

Sede do Banco Central, em Brasília | Foto: Raffa Neddermeyer/Agência Brasil
O Banco Central anunciou um novo aumento na taxa Selic, elevando os juros básicos da economia em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano. A decisão, tomada por unanimidade pelo Comitê de Política Monetária (Copom), reflete a preocupação com a alta dos preços dos alimentos e da energia, além das incertezas no cenário econômico global.
Em comunicado oficial, o Copom destacou que fatores externos, especialmente a política comercial do país, geram dúvidas sobre a postura do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos. No contexto doméstico, a economia brasileira continua aquecida, ainda que demonstre sinais de moderação no crescimento.
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A inflação segue como principal motivo para o aumento da Selic. Segundo o Copom, tanto o índice geral quanto os núcleos da inflação – que excluem itens mais voláteis, como alimentos e energia – permanecem elevados. O órgão alertou que o setor de serviços pode continuar pressionando os preços e reforçou que seguirá monitorando a política econômica do governo.
O último Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação, registrou alta de 1,48% em fevereiro. No acumulado de 12 meses, a inflação chegou a 4,87%, superando o teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Com o novo regime de meta contínua, a inflação será apurada mensalmente, tendo como referência um intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%.
O Copom sinalizou que poderá aumentar a Selic em menor magnitude na próxima reunião, prevista para maio, mas não forneceu indicações sobre o que acontecerá nos meses seguintes. O Banco Central reafirmou que qualquer decisão futura dependerá do comportamento da inflação e do compromisso com a meta estabelecida.
Essa foi a quinta alta consecutiva da Selic, que atingiu seu nível mais alto desde outubro de 2016. Desde setembro do ano passado, a taxa vem sendo elevada de forma gradual, consolidando um ciclo de aperto monetário.
O aumento da Selic tem efeitos diretos sobre a economia. Juros mais altos encarecem o crédito, desestimulando o consumo e a produção, o que contribui para conter a inflação. No entanto, essa política também pode dificultar o crescimento econômico.
O último Relatório de Inflação do Banco Central elevou a previsão de crescimento do PIB para 2,1% em 2025. Já as projeções do mercado são um pouco mais pessimistas: segundo o boletim Focus, os analistas financeiros estimam um crescimento de 1,99% no próximo ano.
A taxa Selic também influencia as negociações de títulos públicos e serve como referência para os juros cobrados por bancos e instituições financeiras. Com a elevação da taxa, o crédito se torna mais caro, o que pode desacelerar a economia, mas fortalece o controle da inflação.
Nos próximos meses, o Banco Central continuará monitorando a inflação e os impactos da política fiscal, buscando equilibrar o crescimento econômico e a estabilidade dos preços.
Com informações da Agência Brasil
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