O câncer do colo do útero é um dos tipos mais frequentes entre as brasileiras, sendo a infecção por HPV (Papilomavírus Humano) o principal causador. Por isso, em março, a Prefeitura de Fortaleza alerta para a importância da vacina contra o HPV, disponível gratuitamente nos 117 postos de saúde da Capital, para meninos e meninas entre 9 e 14 anos.
“O grande objetivo da vacinação contra o HPV é diminuir o índice de câncer, em especial, o de colo do útero e sua letalidade. Quando a vacina iniciou no Sistema Único de Saúde (SUS) a meta ministerial era reduzir em até 60% os óbitos por consequência da não vacinação. Além disso, temos que alertar também os pais e responsáveis por meninos, pois o HPV também causa câncer no pênis, mesmo que pouco debatido na sociedade. Temos também o câncer da orofaringe e anal. Por tudo isso, precisamos ampliar as coberturas vacinais”, enfatiza Vanessa Soldatelli, coordenadora de imunização de Fortaleza.
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A vacina contra o HPV é disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), para meninos e meninas a partir de 9 anos até 14 anos, 11 meses e 29 dias. Inicialmente a vacinação era somente para meninas e, desde setembro de 2022, o Ministério da Saúde ampliou também para o público masculino.
“Essa é uma vacina que previne o câncer, quanto mais precocemente receberem, maior a efetividade. Nove anos é a idade que se imagina que a criança não tenha tido nenhum contato com o vírus, por isso, mais efetiva ela se torna. Tão importante quanto a precocidade é o intervalo das doses, o Ministério da Saúde (MS) preconiza 6 meses após a primeira dose , para a realização da segunda”, orienta Vanessa Soldatelli.
Além dos meninos e meninas de 9 a 14 anos, há outros públicos que também pode receber a vacina contra o HPV: homens e mulheres imunossuprimidos, de 9 a 45 anos, que vivem com HIV/aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos.
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O câncer do colo de útero está relacionado à infecção por HPV, que é uma doença sexualmente transmissível. Assim, a iniciação sexual precoce e o sexo desprotegido são fatores de risco para a doença. Léa Dias, assessora técnica da Saúde da Mulher, afirma que educação em saúde é primordial para a prevenção. A profissional reforça, ainda, a importância do trabalho da Prefeitura na distribuição gratuita de preservativos nos postos de saúde da Capital.
“Educação em saúde é muito importante para evitar fatores de risco, como iniciação sexual precoce e o sexo desprotegido. Orientamos a população que use preservativo, que é distribuído gratuitamente nos postos de saúde, está disponível e é de fácil acesso à população. O preservativo feminino traz autonomia para a mulher e temos que incentivar este público, que é acometido com o câncer de colo do útero, para que faça sexo protegido”, finaliza Léa Dias.
De acordo com a ginecologista da Rede Municipal de Saúde, Cláudia Georgia, o HPV pode se manifestar com baixo grau, que são as verrugas, e em alto grau, que é o câncer. Conforme a médica, as mulheres, em especial, devem ficar atentas, devido aos altos índices de incidência do câncer do colo do útero.
“De cada cinco mulheres, quatro terão HPV ao longo da vida. Este percentual, não necessariamente, vai reverter em câncer de colo do útero, lesão de alto grau, porém existem as lesões de baixo grau que são as verrugas. Por isso, focamos na prevenção deste câncer, que é letal. É de extrema importância que as meninas se vacinem e as mulheres façam o Papanicolau”, enfatiza Cláudia.
A profissional reforça a importância da vacinação, para meninas e meninos, e como a sociedade deve aderir à imunização. “A vacinação contra o HPV foi um grande avanço para evitar o câncer. É a melhor resposta imunológica. Temos que estimular a vacinação e evitar o câncer HPV induzido”, reforça.
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