Ceará, Terra da Luz!
A braveza e o coração aberto do povo cearense já eram conhecidos desde os idos do Império, quando o jangadeiro conhecido por “Dragão do Mar” se recusou a fazer o transporte de escravos para os navios negreiros, fundeados no Porto de Fortaleza, para que fossem vendidos no Sul do País. Essa foi uma das ações mais emblemáticas do movimento abolicionista no Ceará. E que deram resultado! Tanto que a antonomásia Terra da Luz é, na verdade, uma conquista! Uma referência ao momento histórico em 1884 quando o Ceará saiu na frente e foi a primeira província do Brasil a abolir a escravidão.
A luz, neste caso, representa uma ruptura entre o passado sombrio de açoites nas senzalas e o presente que prometia ao nosso povo dias de mais igualdade independentemente da cor da pele, numa clara sintonia com o Iluminismo que a Europa vivenciava há tempos ao implementar regras para acabar com a barbárie e criar um ambiente de igualdade, fraternidade e liberdade! (Egalité, Fraternité e Liberté, Revolução Francesa, 1789).
A Terra da Luz inspirou os músicos Ítalo e Renno a fazer uma composição que é cantado como um segundo hino do nosso Estado.
“Porque sou cearense
sou brasileiro
Sou apaixonado pelo meu lugar
Eu trago no peito um amor verdadeiro
Eu sou da Terra da Luz
Eu sou do Ceará”!
Refrão da música Terra da Luz de Ítalo e Renno
Nos versos acima, a dupla cantou para todo o Brasil o amor pela terra natal, o Ceará! E não por acaso! Nosso Estado é um lugar cheio de belezas naturais, do litoral ao sertão, passando pelas serras! Mais do que isso, possui um povo guerreiro, resiliente e, mesmo em dificuldade, é muito hospitaleiro!
Nas duas últimas décadas, o Ceará vinha experimentando um crescimento econômico bem acima da média nacional. Dados de um estudo feito por economistas do Banco do Nordeste (BNB) mostram que o Estado tem se destacado no cenário nacional pelos reconhecidos avanços, seja do ponto de vista econômico, seja na perspectiva social. No período pós-crise de 2008, as taxas de crescimento econômico foram influenciadas fortemente pela elevada participação dos investimentos públicos em áreas estratégicas para o desenvolvimento do Estado. As infraestruturas rodoviária, hídrica, portuária, aeroportuária e energética permitiram a atração de grandes empresas como a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), bem como o fortalecimento do setor turístico cearense.
O estudo também revela que o avanço é decorrente, em grande parte, do equilíbrio fiscal permanente, o que permitiu ao Estado aplicar grandes quantidades em despesas de investimento, seja com recursos próprios ou com recursos advindos de operações de crédito nacionais e internacionais, elevando a competitividade da economia cearense, e estimulando, dessa forma, os investimentos privados nos diversos setores produtivos do Estado.
* Veja estudo completo dos analistas do Banco do Nordeste clicando neste link.
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Tudo ia bem até que veio a pandemia do novo Coronavírus e freou grande parte dos investimentos no Estado. O Ceará, junto com o mundo, teve que aprender o real significado da palavra lockdown. Comércio, indústria e setor de serviços tiveram que parar as atividades com o intuito de evitar a disseminação em massa de um vírus mortal. Momentos de incerteza, de verdadeira escuridão, apavoraram o nosso povo, governantes e os empresários responsáveis por tocar o setor produtivo.
Uma das primeiras ações foi o fechamento das fronteiras do Brasil. Centenas de voos foram cancelados e o hub aéreo recém-instalado na capital cearense, Fortaleza, parou de funcionar. Sem os voos, os empresários e todos os trabalhadores da cadeia envolvida no setor de turismo tiveram que absorver o baque. Foram dias de angústia e de muito medo em relação à sobrevivência de milhares de famílias cearenses.
Com o slogan Preservar Vidas, o Governo do Ceará se manteve firme às determinações de um comitê científico e só permitiu a reabertura dos setores econômicos com base em indicadores mínimos que garantissem a segurança dos cearenses.
Em janeiro de 2021, o início da vacinação contra o coronavírus trouxe de volta a esperança de dias melhores. Acendia-se uma nova luz para iluminar a retomada dos investimentos no nosso Estado.
Ainda segundo dados do Banco do Nordeste, a economia do Ceará está sustentada nas atividades ligadas ao Serviços (76,1%), seguidos das atividades da Indústria (19,2%), e da Agropecuária, que participa com 4,7% dos resultados econômicos. É por isso que toda a cadeia que envolve o Turismo no Estado merece atenção especial dos nossos governantes. É preciso dar condições para que o setor se reerga e os empresários e trabalhadores do setor estejam capacitados para receber os visitantes de volta.
O momento é de ligar e apontar os holofotes para o motor que movimenta a maior parte do setor produtivo do Ceará: primeiro o Turismo doméstico e, logo em seguida, o Turismo internacional!
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