O camarão cultivado no Brasil é naturalmente adaptado a altas temperaturas e se desenvolve melhor no calor, por isso, períodos chuvosos requerem a atenção de produtores locais para que o cultivo não seja interrompido ou prejudicado. Com Ceará e Rio Grande do Norte liderando o setor no Brasil, a expectativa é de que a produção nacional alcance 120 mil toneladas neste ano, segundo a Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC).
Para Ítalo Rocha, vice-presidente da Associação dos Produtores de Camarão do Ceará, um dos fatores principais para evitar prejuízos com a chuva é ficar alerta com a estrutura do local. “Para as fazendas que são próximas de rios, dependendo do alto volume de chuvas, é fundamental ter uma maior atenção com os pontos de riscos de alagamento e erosão. Fatores como a eletricidade, com geradores que evitam que o cultivo seja interrompido por possíveis quedas de energia, também garantem o fluxo natural da produção”, pontua.
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O engenheiro de pesca destaca ainda que as reações do período chuvoso atingem de forma diferente as produções em água doce e salgada. “Ao atingir os viveiros, o grande volume de chuva pode alterar a composição da água, fator que é totalmente possível de ser monitorado e cuidado pelo produtor, sem prejudicar a sua produção.”
Sérgio Almeida, diretor de insumos da APCC, esclarece que o monitoramento da água é outro ponto fundamental para definir a qualidade do ciclo. “A água possui todas as características químicas, físicas e biológicas que interagem individualmente ou coletivamente, influenciando o desempenho dessa produção. Por isso, é comum que os produtores optem por diminuir as densidades de estocagem nos viveiros e assim se prevenir contra as mortalidades e/ou presença de enfermidades decorrentes das alterações na qualidade da água.”
O profissional destaca que para o consumidor o camarão, cultivado da maneira correta, não deve sofrer alterações no sabor e no seu desenvolvimento nesse período. “Com a aproximação da Semana Santa, a expectativa dos pequenos e médios produtores cearenses, é aumentar a entrega destes pescados naturais que farão parte das refeições de diversas famílias”, finaliza.
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