O ano de 2022 está só começando, mas você já está às voltas com o fantasma das dívidas acumuladas em 2021? Que tal fazer diferente a partir de agora, colocando em perspectiva um planejamento financeiro, mesmo que básico? Professores da nova graduação em Finanças da Universidade de Fortaleza, instituição vinculada à Fundação Edson Queiroz, se dispuseram a trazer de volta sua saúde financeira, mobilizando preciosos e rentáveis conhecimentos para dar início à temporada de revanche na tão difícil luta com o dinheiro.
É que, a partir de dicas simples, aquele suado dinheirinho, ao invés de faltar, pode até sobrar, caso você aprenda a usá-lo para o que mais interessa: a realização de projetos de vida, algo que está para além da tentação dos desejos imediatos. Números já dão conta do quanto essa inabilidade com as finanças é generalizada: segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), cerca de 48% dos brasileiros não adotam nenhum método para controlar o próprio orçamento.
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O site Mobillis informa mais: em 2020, o percentual de endividados no Brasil fechou em 66,5%, de acordo com estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em síntese, um dos principais agravantes desses resultados sobre a vida financeira da população brasileira é a falta de cuidado com as finanças. Vamos cuidar melhor dos gastos então?
Economista especialista em planejamento financeiro e finanças comportamentais, a professora do Centro de Ciências da Comunicação e Gestão (CCG) da Unifor, Kayline Moreira, aceitou o desafio de dar 10 dicas para quem deseja e precisa de orientação a fim de gastar bem e poupar mais. Confira!
1 – Compromisso: é preciso antes de tudo se comprometer, se não é só perda de tempo. Uma ferramenta de planejamento é como uma dieta: tem gente que vai ao nutricionista e aí ele calcula as calorias todas, as quantidades certinhas para café, almoço e jantar e uma semana depois a pessoa já relaxa, não faz as refeições nos horários recomendados e aos poucos volta a comer como antes. Sem compromisso não há como organizar ou sanar as finanças.
2 – Organização pessoal para uma mudança de hábitos (mudança de mentalidade): incorporar mudanças comportamentais. Se a pessoa é muito baladeira ou farrista, por exemplo, ela deve pensar em como diminuir a frequência das saídas ou procurar atividades gratuitas, como é o caso dos esportes, onde você gasta pouco, se diverte e ainda faz amizades. Ou seja, mudar para uma mentalidade mais poupadora muitas vezes exige mudança do próprio estilo de vida.
3 – Registre /Anote tudo: utilize ferramentas que auxiliam a organização: Vários aplicativos, inclusive gratuitos, já servem para isso. E assim você consegue ter o controle na palma da mão. Gastou, já registra no app. Aí dá para ver quais são os seus vazamentos, onde você pode fechar a torneira. Por exemplo: tô gastando muito com ifood. Ao trazer para a consciência você já começa a moderar os gastos, porque consegue identificar melhor para onde o seu dinheiro está indo.
4 – Organize suas finanças de forma mensal, mas quando pensar em gastar, sempre pense de forma anual: para quem tem salário mensal vale anotar tudo o que ganha e gasta naquele mês. Ideal é pensar no gasto anual, porque dá uma noção maior do peso desse gasto. Por exemplo: no cartão de crédito você paga de anuidade 12 parcelas de R$ 10,00. É pouquinho, mas quando se pensa no gasto anual foi um gasto de R$ 120,00 sem benefício algum. E tem muitos cartões de crédito que não cobram anuidade. Essa ideia da parcela baixinha é uma armadilha.
5 – Observe os excessos e corte aquilo que não faz mais sentido pra você: diante dos registros de gastos, cortar os excessos, o que não faz mais sentido, o que é supérfluo. Tanto em relação a gastos quanto a coisas ou mesmo pessoas. Como assim: para fazer mais dinheiro eu posso vender na OLX ou em um brechó o que não uso mais; posso ainda me planejar para cozinhar mais em casa e não gastar com ifood, como também procurar lugares mais baratos para comer, estabelecendo um teto fixo para alimentação. E esse cortar vale para aquelas pessoas que gastam adoidado e podem fazer você ir na onda delas.
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6 – Estude, pois educação financeira requer esforço pessoal também: educação financeira é como qualquer outra, por isso a gente precisa ler sobre o assunto para ter evidências e saber como lidar com o dinheiro. Então, vamos estudar finanças. Tem várias pessoas na internet falando sobre isso, mas cuidado para não cair em armadilhas porque há muito desserviço também. Procure informação de excelência.
7 – Recupere ou descubra seus talentos e veja como você poderia aumentar sua renda fazendo algo que gosta ou sabe fazer: uma amiga publicitária fazia macramê nas horas vagas, era algo terapêutico até, mas hoje ela tem uma renda extra com isso. Às vezes é só usar um tempo ocioso. Tem a tarde livre e o carro fica na garagem? Que tal fazer uber e ganhar uma renda extra? Tem apartamento perto da praia e vai viajar? Que tal alugar via Airbnb? No mundo da economia compartilhada, há muita possibilidade de renda extra.
8 – Procure pagar as coisas à vista sempre que tiver desconto. É para não se iludir com o crédito, aquele dinheiro que você acha que tem mas não tem. Na verdade, você está mesmo é antecipando o consumo. Aliás, quem paga à vista é que percebe que o dinheiro é escasso. Portanto, é sempre bom fazer aquela perguntinha “Qual o desconto para pagamento à vista?”, pois, em geral, pelo menos aqueles 5% de despesa financeira que o lojista tem com a maquineta ele pode repassar pra você na forma de um desconto.
9 – Crie o hábito de poupar. O objetivo não deve ser apenas manter as contas equilibradas, mas sim gerar uma poupança para capitalizar: criar o hábito de poupar, portanto, é essencial. Se você ganha R$ 1 mil e gasta R$ 1 mil vai ficar sempre nesse zero. Se você faz uma poupança, o dinheiro passa a trabalhar para você e se multiplica. Quem não poupa não tem como se capitalizar.
10 – Procure se cercar de pessoas que tenham um pensamento alinhado com o seu em termos de objetivos financeiros. Pessoas com quem você possa trocar uma ideia, trocar experiências de boas práticas financeiras, pegar umas dicas. Afaste-se de pessoas esbanjadoras, pois se for na onda delas você dificilmente vai atingir seu objetivo.
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Vive no fio da navalha, mas quer começar a poupar um dinheirinho? Trabalha muito, mas sonha com o dia em que irá ganhar mais e trabalhar menos? Tudo isso passa pelo planejamento financeiro, uma ferramenta multiuso das mais versáteis quando usada como exercício de toda uma vida para alcançar seus mais ambiciosos sonhos.
Expert em Mercado de Capitais e vinculado aos cursos do Centro de Ciências da Comunicação e Gestão (CCG) da Unifor, incluindo a mais nova graduação em Finanças, o professor Luiz Viana revela que costuma iniciar seu planejamento financeiro para o ano seguinte desde novembro do ano corrente.
“Vislumbro tudo o que eu e minha família desejamos fazer de gastos extras (viagens, reformas, compra de equipamentos etc), ou seja, tudo aquilo que não seja despesa necessária ou de subsistência da família. E já começo a pesquisar preços para aproveitar as promoções de início de ano, aqueles produtos que não venderam bem nas festas de final de ano, enfim… Esse planejamento também permite que a gente possa guardar a renda extra que entra nessa época do ano: 13º, férias, restituição de IR. Quando você recebe essa grana e visualiza seu objetivo, fica mais fácil controlar a compra impulsiva”, relata Luiz Viana, professor do curso de Finanças da Unifor.
Simples, mas certeira, outra tática do professor é escrever esses planos em um papel e colocar em local sempre à vista, tudo para estar permanentemente lembrando deles e controlando o recorrente impulso consumista. “Sempre que vou realizar um gasto extra não necessário eu me questiono se ele vai contribuir para atingir meus objetivos ou se ele vai atrapalhar”, alerta.
A disciplina para investir sistematicamente é, segundo Luiz Viana, outro esforço necessário. “O mais importante é que você realize aportes sistematicamente. Por exemplo: mesmo que você aplique de uma vez só R$ 1 mil reais hoje, você conseguiria sacar cerca de R$ 1,2 mil líquidos em julho de 2024. Não dá para fazer muita coisa com essa grana, né? Mas se você conseguir fazer aportes mensais de R$ 1 mil, você consegue obter R$ 32,3 líquidos no mesmo período. Essa é a magia dos juros: o dinheiro fica trabalhando para você!”, explica.
Definir prazos de investimento e conhecer os principais instrumentos financeiros disponíveis também são armas também ajuda caso seu horizonte de planejamento seja, por exemplo, acima de 5 anos, abre-se um leque enorme de instrumentos financeiros de renda variável que podem aumentar substancialmente a rentabilidade, ou seja, a capacidade do seu dinheiro guardado gerar mais dinheiro. “Com base nesse horizonte mais amplo, você pode buscar alocar seus recursos em fundos imobiliários que, em geral, pagam uma renda mensalmente sem incidência de imposto de renda”, lembra Luiz Viana.
Há ainda, ele acrescenta, a possibilidade de montar uma carteira de ações ou investir em fundos de ações que tenham bom potencial de valorização em médio e longo prazos. “Atualmente, conseguimos comprar ações das grandes empresas americanos aqui mesmo no Brasil, sem a necessidade de abrir conta em banco americano: são as famosas BDRs. Tem Apple, Tesla, Meta, Google e por aí vai”, afirma. Por fim, mesmo para aqueles que já são familiarizados com o mercado financeiro, o professor acredita ser fundamental estudar o tema ou procurar um profissional especializado em Finanças.
E vale a advertência derradeira do professor que também integra o corpo docente da nova graduação em Finanças da Unifor: “evite se deixar levar pelas ‘dicas quentes que viralizam’ nas redes sociais! Existem cursos de média duração à distância que podem ajudar bastante a entender mais sobre o mercado (EAD Gestão Financeira). E sempre vale sempre conversar com o profissional habilitado. O profissional do mercado financeiro é como um alfaiate: precisa entender o seu perfil de investidor (o alfaiate tira suas medidas) para te oferecer o produto que melhor se encaixa ao perfil (o alfaiate faz a roupa que melhor te veste)”.
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Novidade de valor inestimável: 2022 é também o ano de estreia da graduação em Finanças da Universidade de Fortaleza, um curso para quem deseja ser (bem) pago não só para orientar o planejamento de finanças pessoais, como efetuar diagnósticos e estruturar soluções de problemas no âmbito das finanças públicas e corporativas.
“O curso de Finanças nasce de uma necessidade de mercado e é para ele que está essencialmente voltado, atendendo uma demanda cada vez maior de profissionais altamente capacitados para atuar em searas específicas, como mercado de capitais, análises de viabilidade financeira e projetos de investimentos para empresas, produtos de investimento, incluindo os principais indicadores de retorno e risco, além de gestão financeira em órgãos públicos”, afirma Allisson Martins, coordenador do curso de Finanças da Unifor.
Caçula entre os cursos do Centro de Ciências da Comunicação e Gestão (CCG), a graduação em Finanças coleciona trunfos e diferenciais, como o entrelaçamento contínuo entre teoria e prática, a emissão de certificações específicas que comprovam a qualificação direcionada para uma determinada área e o domínio de plataformas financeiras digitais.
“Para se tornar um gerente de banco, por exemplo, o aluno precisa ter uma certificação, para ser analista de investimento, outra. E diante dessas demandas do mercado é que a gente vai preparando a turma para que alcance essas certificações da forma mais rápida possível. Além disso, contamos com um corpo docente com sólida atuação no mercado financeiro e investimos nas chamadas ‘aulas marsters’, onde trazemos profissionais da área para compartilhar suas realidades, desafios e soluções para o mercado financeiro, ampliando e atualizando o conhecimento aplicado”, detalha o coordenador.
Destaque entre as ferramentas metodológicas de análise financeira, o Boletim de Mercado de Capitais, elaborado dentro do próprio curso de Finanças da Unifor, também é livro aberto e obrigatório, trazendo à tona os principais fatos do mundo dos investimentos, em escala global, nacional, e especialmente local, ao voltar o foco para o mercado financeiro no Ceará. Projetado in loco, o Índice de Ações Cearense (IAC) vem acompanhar o desempenho médio das cotações das empresas cearenses que possuem capital aberto em bolsas de valores e ser benchmark para aplicações financeiras, como (IBOV, CDI, S&P500, Dólar, etc.), fundos de investimentos, portfólios, entre outros.
“Por meio dessas análises, conseguimos enxergar as performances das empresas, como estão reagindo, as perspectivas e projeção de rentabilidade. Ou seja, alunos que elaboram junto aos professores esse boletim já começam a produzir relatórios que fazem parte do dia a dia da área de investimento. É por meio de metodologias ativas como essa e contando com a infraestrutura de laboratórios de alta tecnologia, além, é claro, de um corpo docente de excelência, que estamos formando profissionais aptos a se destacar no mercado financeiro”, conclui Martins.
Aos 21 anos, William Raphael Lima Costa fez a escolha inimaginável entre estudantes de todo o Brasil que queimam as pestanas para alcançar o status e o direito de vestir um jaleco branco. Ao longo de três anos, ele cursou Medicina na Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, mas se armou de coragem e desistiu do curso quando descobriu em terras estrangeiras sua real vocação: finanças. Fez mais: afivelou as malas, voltou para o Brasil e escolheu sem titubear a universidade onde daria início ao prazer de estudar o que gosta.
Aluno do 1º semestre do curso de graduação em Finanças da Unifor, William narra a decisão com humor e sem sombra de arrependimento.
“Não gostava de nenhuma matéria ligada à Medicina, estudava à força mesmo, embora sempre conseguisse tirar boas notas. Mas era sobre a economia frágil e conturbada da Argentina que eu gostava de ler e pesquisar, demoradamente. E assim fui me interessando por inflação, investimentos, geopolítica, mercado financeiro, bolsa de valores e, claro, o uso inteligente e estratégico do dinheiro. Então, não posso dizer que a experiência foi de todo improdutiva, porque os anos de estadia na Argentina me revelaram a verdadeira vocação”.
“Hoje estou muito satisfeito de ter feito a escolha pelo curso de Finanças nesse campus onde posso contar com a interlocução qualificada de um corpo docente de alto nível. Por isso, me sinto em casa na Unifor e não paro de fazer planos como empreendedor e futuro financista”, William Raphael Lima Costa, estudante do curso de Finanças da Unifor.
Na Unifor, o paraense que voltou a morar com a família em Fortaleza, deixando para trás inclusive o irmão mais velho que permaneceu na Argentina cursando Medicina, encontrou o sonhado ambiente para aproximar teoria e prática através do diálogo estreito já consolidado entre a universidade e o mercado. “Sou professor de idiomas, dou aulas online, e quero colocar outras ideias em prática para conquistar minha independência financeira antes mesmo do objetivo final: trabalhar na Bolsa de Valores. Sei que na Unifor vou ter muitas oportunidades de trabalho e estágio, como também chances para voltar a estudar e morar no exterior, através dos diversos canais de intercâmbio junto a universidades da Europa e Estados Unidos. Então, o céu é o limite agora que me encontrei”, anima-se William Raphael.
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