O vulcão Cumbre Vieja, na Ilha de La Palma, no Arquipélago das Canarárias, na Espanha, continua em forte atividade, mais de um mês após a erupção, registrada no dia 19 de setembro. O cone principal do vulcão entrou em colapso após registro de mais de 90 tremores de terra no final de semana. Imagens feitas por moradores da ilha mostram uma forte explosão, que provocou o desabamento do cone principal do vulcão.
Agora o Cumbre Vieja tem três saídas de lava ao mesmo tempo. O principal, localizado mais a norte, tem uma altura de frente máxima de 12 metros. A corrente de lava secundária tem uma altura de frente máxima de 10 metros e a terceira corre para o sul, sobre a anterior. Assista:
O comitê de crise garante o desabamento do cone principal é um fenômeno normal, que, em tese, não aumenta o perigo. O geólogo Carlos Lorenzo, do Instituto Geológico e da Mineração da Espanha (IGME), informou, depois de observar o estado do foco eruptivo por meio de drones, que o fenômeno deixou “uma enorme corrente de blocos muito grandes deslocados pela encosta do cone em direção ao mar”.
Lorenzo tranquilizou os habitantes da ilha. “Os diferentes centros emissores (de lava) podem apagar-se ou aparecer novos. Estamos diante de uma erupção típica das Ilhas Canárias. O que não exclui que tenha periculosidade e que estejamos trabalhando com os órgãos de emergências e do Governo autônomo”, declarou.
O diretor técnico do comitê de crise, Miguel Ángel Morcuende, minimizou a importância da ruptura. Segundo ele, a existência de um novo centro de emissão na mesma fissura, acima da Montanha Rajada, havia começado a emitir materiais a oeste do cone principal. Os cientistas que acompanham a erupção acreditam que seja de uma das primeiras bocas que se abriram nas primeiras horas da erupção e que voltou a expelir depois de um período de paralisação. “Não causa preocupação”, tranquilizou.
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A diretora do IGN nas Ilhas Canárias, María José Blanco, afirmou que entre 300 e 400 pessoas das cidades, de Tajuya, Tacande de Abajo e a parte de Tacande de Arriba que ainda estava fora de perigo, foram orientadas a deixar as casas por medo de que a nova pressão interna do vulcão Cumbre Vieja produzisse um colapso lateral do cone principal, causando um novo fluxo de lava descontrolado.
A ilha também ficou incomunicável por via aérea. O órgão gestor aeroportuário (Aena) informou que o aeroporto da ilha, localizado a cerca de 27 quilômetros de estradas sinuosas do cone vulcânico, ficou inoperante pelo acúmulo de cinzas. A Aena anunciou no Twitter que “a prioridade é garantir a segurança das operações”.
O comitê de crise pede às pessoas que estão removendo cinzas que se cubram com máscaras FFP2 e óculos de proteção porque se trata de um material que pode causar muitos problemas de irritação nas vias respiratórias e nos olhos.
Com informações da RTP e jornal El País
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Mais imagens do Vulcão Cumbre Vieja, na Ilha de La Palma:
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