Uma baleia da espécie jubarte foi avistada neste fim de semana no mar da Praia de Iracema, em Fortaleza. Segundo a Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis), o animal foi visto pela primeira vez entre os espigões da Rua João Cordeiro e do Náutico.
A bióloga e técnica de resgate do Programa de Mamíferos Marinhos da Aquasis, Letícia Gonçalves, explica não ser possível afirmar com certeza o motivo de o animal estar tão próximo da costa. “Considerando que o animal tratava-se de um juvenil, de aproximadamente um ano, que provavelmente está realizando a sua primeira migração, há grande possibilidade de o animal ter se desorientado ou se perdido do seu grupo”, explicou a especialista.
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Ainda de acordo com a bióloga, a temporada de jubartes no Brasil compreende, normalmente, o período de junho a outubro ou novembro. “Esses animais realizam migração anual da Antártida para o hemisfério sul, onde utilizam das águas mais calmas e quentes para reprodução e acasalamento. A maior quantidades de grupos se concentra no litoral baiano e capixaba. Até o momento, acredita-se que os animais que são encontrados aqui na região estejam somente de passagem até esses locais de maior concentração”, explica.
A jubarte ou baleia-jubarte (nome científico: Megaptera novaeangliae), também conhecida como baleia-corcunda, baleia-cantora, baleia-corcova, baleia-de-corcova, baleia-de-bossas ou baleia-preta é um um mamífero marinho presente na maioria dos oceanos. Ela é uma das maiores espécies rorquais, cujos adultos medem em média 12 a 16 metros e podem pesar de 35 a 40 toneladas. Os machos da espécie medem de 15 a 16 metros; as fêmeas, de 16 a 17 , sendo que o maior exemplar já visto possuía 19 metros. Quando salta, eleva o corpo quase completamente para fora d’água. Os machos produzem cantos complexos que duram de 10 a 20 minutos com a finalidade de atrair as fêmeas para acasalar.
As baleias-jubarte migram mais de 25 mil quilômetros a cada ano das áreas de alimentação para as de reprodução. Elas só se alimentam no verão em águas polares e migram para os trópicos e sub trópicos para acasalar e ter os filhotes no inverno e primavera.
Como as outras grandes baleias, essa espécie foi ameaçada pela caça industrial. Elas foram caçadas até a beira da extinção quando as populações foram reduzidas em 90% antes da moratória de 1966. As estimativas do número de indivíduos é em cerca de 80 mil exemplares. Mesmo com o fim da caça comercial, as baleias ainda sofrem com várias ameaças: emalhamento em redes de pesca, colisão com embarcações e poluições.
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