A polícia do Rio de Janeiro prendeu, nessa terça-feira (01/02), três homens acusados de matar a pauladas o congolês Moïse Kabagambe, no quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca. O corpo da vítima foi achado amarrado em uma escada do quiosque.
Os três presos deverão responder por homicídio duplamente qualificado, por impossibilidade de defesa da vítima e pelo meio cruel usado para a execução.
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Segundo a polícia, um dos presos é vendedor de caipirinhas na praia e foi preso em Paciência, também na Zona Oeste. Ele foi identificado apenas como Fábio Silva. Ainda segundo a polícia, Fábio confessou aos agentes que deu pauladas no congolês. Ele estava escondido na casa de parentes.
O outro homem que admite ter cometido as agressões que resultaram na morte do congolês foi identificado como Alisson Cristiano Alves de Oliveira, de 27 anos. Ele se apresentou na 34ª DP, em Bangu, e em seguida foi levado para a Delegacia de Homicídios do Rio, que é responsável pela investigação do crime.
Alisson postou um vídeo nas redes sociais afirmando que “ninguém queria tirar a vida dele” e que o grupo foi “defender o senhor” do quiosque do lado, com quem Moïse teria tido “um problema”, segundo Alisson.
A identidade do terceiro preso não foi informada pela polícia.
O dono do quiosque onde Moïse trabalhava prestou depoimento à polícia e negou que tivesse qualquer problema com Moïse. Disse também que não conhece os agressores. A defesa do comerciante afirmou que ele estava em casa quando o congolês foi espancado e apenas um funcionário do quiosque estava no local no momento das agressões.
O delegado Henrique Damasceno, da Delegacia de Homicídios, informou que seria solicitada à Justiça que os três fossem mantidos presos nesta fase da investigação.
A polícia apreendeu uma arma usada no crime: uma barra de madeira, que tinha sido descartada em um mato perto do local do crime, segundo Damasceno. O delegado também afirmou que as pessoas que agrediram o congolês não trabalham no quiosque.
Um dos objetivos do inquérito policial aberto pela Delegacia de Homicídios é descobrir o motivo das agressões. Segundo parentes de Moïse Kabaganbe, ele teria ido ao quiosque cobrar um pagamento atrasado de diárias trabalhadas.
O dono do quiosque negou que houvesse dívida do quiosque com Moïse.
A polícia do Rio também vai apurar se não se trata de mais um caso de racismo ou de xenofobia (aversão a estrangeiros)
A polícia também divulgou um vídeo que mostra as agressões. As imagens mostram que Moïse Kabagambe levou pelo menos 30 pauladas, depois de discutir com um homem que segura um pedaço de pau. O congolês chegou a levantar um cadeira e um cabo de vassoura do quiosque para se defender.
A situação parecia estar mais calma. Mas, quando Moïse mexia em um refrigerador, mais dois homens se aproximaram e começaram as agressões. Um deles derruba o congolês e, na sequência, começa a sessão de espancamento. Em vários momentos é possível ver que o congolês não oferece mais resistência enquanto leva mais golpes com o pedaço de madeira.
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