Dezoito barragens instaladas pela mineradora Vale em Minas Gerais precisam de algum tipo de “intervenção preventiva” capaz de minimizar os riscos das fortes chuvas que atingem o estado provocarem algum acidente. A informação foi divulgada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG), na quarta-feira (19/01).
Analisando informações fornecidas pelas empresas responsáveis por 31 barragens em situação de emergência existentes no Estado, técnicos da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) e do Ministério Público de Minas Gerais concluíram que 18 empreendimentos, todas da Vale, apresentam alguma ocorrência a ser tratada para evitar maiores danos às estruturas.
Entre as 18 estruturas que deverão passar por alguma intervenção preventiva, três estavam em nível 3 de emergência, o mais preocupante: a Barragem B3/B4, em Nova Lima; a Sul Superior, em Barão de Cocais e Forquilha III, em Ouro Preto. Porém, segundo o MP-MG, as recentes chuvas não causaram danos estruturais a nenhuma delas e os técnicos se limitaram a pedir que a mineradora repare eventuais processos erosivos na área ao redor dos empreendimentos.
As demais 13 barragens que também estavam em situação de emergência (níveis 1 e 2) pertencem às mineradoras ArcelorMittal e Minérios Nacional S/A. Segundo o MP-MG, elas não apresentaram nenhum dano ou anomalia causados pelas fortes chuvas. Mesmo assim, continuam sendo monitoradas.
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Em nota, o promotor de Justiça, Carlos Eduardo Ferreira Pinto, destacou que a exigência de que a mineradora Vale adote medidas preventivas de manutenção visa a garantir a segurança do entorno dos empreendimentos.
“As graves chuvas afetaram diversas estruturas que necessitarão de contínuo e rigoroso acompanhamento por parte dos órgãos de comando e controle”, disse o promotor. “Serão exigidas, das empresas, todas as medidas técnicas possíveis e necessárias para garantir a segurança das estruturas”.
A Feam e o MP-MG notificaram a Vale para que adote uma série de medidas preventivas, tais como fazer a manutenção e limpeza dos sistemas de drenagem das barragens; reduzir a contribuição pluvial da bacia de drenagem para o reservatório da barragem; garantir a manutenção de rotina da estrutura, realizando inclusive o controle de vegetação e corrigir os processos erosivos instalados no entorno das estruturas.
A partir da notificação, que o Ministério Público afirma ter feito, a mineradora terá dez dias para apresentar um relatório técnico com informações sobre as medidas já implementadas e o cronograma de trabalho.
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A Vale informou, em nota, que avaliará o conjunto de orientações feitas pelo MP-MG e pela Feam. A empresa assegurou que suas três barragens em nível 3 de emergência não apresentaram nenhuma recente alteração estrutural e só são acessadas por equipamentos controlados à distância.
“As três barragens já tiveram suas respectivas contenções finalizadas e as comunidades das Zonas de Autossalvamento foram evacuadas desde 2019. As equipes técnicas fazem neste momento uma avaliação aprofundada para conduzir as melhorias necessárias nas estruturas, especialmente nos seus acessos, afetados pelas intensas chuvas em Minas Gerais dos últimos dias. Para garantir a segurança de suas barragens, a empresa monitora as suas principais estruturas 24 horas por dia, 7 dias por semana, em tempo real”, informou a companhia.
Por Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil – Brasília
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