

Tropas russas avançam para a Ucrânia na estrada perto de Armiansk, na Crimeia | Foto: EFE
Um comboio de 64 km de comprimento, formado por tanques e veículos de transporte de tropas do exército russo foi visto na manha desta terça-feira (01/03) ao norte de Kiev, capital da Ucrânia. O comboio também foi registrado por imagens de satélite.
As agências russas de notícias Tass e RIA publicaram que o Ministério da Defesa afirmou que a Rússia pretende atacar serviços de segurança e unidade de operações especiais da Ucrânia.

A medida seria uma forma de evitar “ataques de informação” contra a Rússia, segundo informou o Ministério. O representante oficial do departamento militar russo, major-general Igor Konashenkov, declarou que, com o início da operação militar especial, o número de notícias falsas envolvendo várias instituições governamentais aumentou significativamente.
“Instamos os cidadãos ucranianos envolvidos por nacionalistas ucranianos em provocações contra a Rússia, bem como os residentes de Kiev que vivem perto estações de retransmissão, para deixar suas casas”, disse o ministério.
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No início desta terça-feira (01/03), o centro de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, foi atingido por mísseis. Um dos alvos foi o prédio do governo, localizado na principal praça no centro da região.
Segundo a agência Interfax, os ataques também teriam atingido parte de uma área residencial da cidade. Autoridades ucranianas dizem que ao menos dez pessoas morreram e vinte ficaram feridas após o bombardeio

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que esses bombardeios russos constituem um “crime de guerra” e enfatizou que a defesa da capital Kiev é nesta altura a “prioridade”.

“O ataque contra Kharkiv é um crime de guerra. É terrorismo de estado. Os russos estão avançando na capital, como em Kharkiv. Por isso, a defesa da capital é hoje a principal prioridade”, afirmou Zelensky num vídeo publicado numa rede social.
Durante reunião do Parlamento Europeu, Zelensky pediu mais apoio à Ucrânia.
“Provem que estão conosco”, disse o presidente. Ao final do pronunciamento, Zelensky foi aplaudido de pé. Veja:
O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, pediu mais sanções internacionais contra a Rússia após um ataque que classifica como “bárbaro” contra a cidade de Kharkiv.
Pelo menos dez pessoas morreram e 35 ficaram feridas nesta terça-feira nos ataques russos das últimas horas ao centro de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia.
A informação foi dada por um assessor do Ministério do Interior, Anton Herashchenko. Ele disse ainda que há buscas junto dos escombros e o número de vítimas e feridos poderá aumentar.
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A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, disse, nesta terça-feira (01/03), que a União Europeia deve dar total apoio para que o Tribunal Penal Internacional investigue possíveis crimes de guerra cometidos pela Rússia na invasão militar da Ucrânia.

“Vamos apoiar a jurisdição do Tribunal de Haia para investigar crimes de guerra na Ucrânia e para responsabilizar o presidente russo, Vladimir Putin e o presidente bielorusso, Alexander Lukashenko”, disse Roberta ao abrir, há poucas horas, a sessão plenária extraordinária que o Parlamento Europeu convocou para discutir “a agressão russa contra a Ucrânia”.
No domingo (27/02), o governo ucraniano ajuizou um processo contra a Rússia junto ao Tribunal Penal Internacional, pedindo que a Corte ordene que as tropas russas parem imediatamente o ataque militar. Embora nem a Ucrânia, nem a Rússia integrem formalmente o tribunal, o procurador Karim Khan informou, ontem (28/02), que a Corte decidiu apurar a situação e as acusações ucranianas de que o Kremlin é responsável por crimes de guerra e contra a humanidade que a Rússia vem cometendo há anos.
“Estamos diante de uma ameaça existencial à Europa que conhecemos”, afirmou a presidente do parlamento, referindo-se especificamente ao ataque militar deflagrado na última quinta-feira (24/02). Em um pronunciamento bastante aplaudido pelos presentes, Roberta defendeu o ingresso da Ucrânia na União Europeia.
“Reconhecemos a perspectiva europeia da Ucrânia e, conforme estabelece nossa resolução e como já disse ao presidente [ucraniano Volodymyr Zelensky, levaremos em conta a solicitação ucraniana de ingresso na União Europeia. Trabalharemos neste sentido porque temos que enfrentar o futuro em conjunto”, declarou Roberta antes de defender o que classificou como “quatro princípios importantes para o futuro da União Europeia”.
“Primeiramente, a Europa não pode continuar dependendo do gás vendido pela Rússia. Temos que duplicar nossos esforços para diversificar nossas fontes energéticas para garantimos uma sólida segurança energética e não deixarmos a Europa nas mãos de autocratas”, disse a presidente do Parlamento Europeu antes de propor outras restrições além das já aplicadas contra integrantes do governo russo e milionários que apoiam a Putin e seus principais assessores.
“Além de disponibilizar armas à Ucrânia, já aplicamos um conjunto de sanções sem precedentes, maciças. Declaramos que a aviação russa e os jatos privados dos oligarcas russos já não são bem-vindos nos países europeus. Fizemos com que a Rússia fosse excluída do sistema Swift. Banimos os instrumentos de propaganda do Kremlin e os cidadãos, organizações, empresas e o mundo dos esportes assumiram uma posição clara e firme, salientando que não manterão relações ou tolerarão um agressor”, destacou Roberta, propondo que a Europa vá “ainda mais longe”.
“Os oligarcas de Putin, aqueles que o financiam, não devem continuar utilizando seu poder econômico para se esconder em nossas cidades ou clubes esportivos atrás de uma falsa respeitabilidade. Seus iates não devem poder entrar em mais nenhum porto da Europa e não podemos continuar vendendo passaportes [e a cidadania] a amigos de Putin”, pontuou Roberta.
“Em terceiro lugar, nossos investimentos em Defesa devem estar à altura de nossa retórica.A Europa tem que avançar para uma verdadeira união em termos de segurança e defesa. Na semana passada mostramos que isto é possível, desejável e, sobretudo, necessário.”
“Em quatro lugar, temos que lutar contra as campanhas de desinformação do Kremlin. Insto as [empresas responsáveis pelas] redes sociais e os conglomerados de telecomunicações para que compreendam sua responsabilidade e que não existe neutralidade quando estamos em uma guerra”, concluiu a presidente do Parlamento Europeu.
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