A Prefeitura de Fortaleza lançou, recentemente, um edital de licitação para a construção de 30 microparques na cidade. A iniciativa tem recuperado espaços urbanos abandonados na capital cearense e agrada o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Ceará (CAU/CE).
O presidente do Conselho, Lucas Rozzoline, explica que os microparques são implantados em pequenos espaços livres tais como lotes urbanos inutilizados, terrenos baldios ou mesmo sobra de terrenos e proporcionam a revitalização de espaços públicos.
O modelo implementado pela prefeitura busca ainda aproveitar ao máximo os elementos naturais já existentes na área, como a vegetação, por exemplo, além de evitar o uso de concreto e outros materiais industrializados, a fim de reduzir custos de implantação. “Com a readequação desses espaços, além da limpeza e iluminação, ela também recebe brinquedos, bancos, lixeiras, quadras de areia e paisagismo, colaborando na redução da sensação térmica e da qualidade do ar”, destaca.
Segundo o arquiteto e urbanista Lucas Rozzoline, o ideal seria que mais parques fossem implantados nos bairros. “Temos muitas áreas verdes inexploradas, terrenos com construções abandonadas que poderiam ser melhor aproveitados por toda a comunidade”, afirma.
Fortaleza conta hoje com 25 parques urbanos espalhados nos bairros da capital. De acordo com a Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (SEUMA), 14 dos parques estão situados no entorno de lagoas. Também chamados de pracinhas, esses equipamentos permitem a integração das pessoas e da própria cidade com o meio ambiente, além de outros benefícios.
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O presidente do CAU/CE salienta, ainda, que a pandemia da Covid-19 mudou a forma como as pessoas enxergavam as cidades e interagiam com o espaço público. “Agora, os ambientes ao ar livre ganharam uma nova importância por serem mais espaçosos, abertos e, por consequência, mais seguros por diminuir o risco de transmissão do coronavírus. É indiscutível que é preferível utilizar praças e parques para fazer atividades físicas ao ar livre do que academias fechadas com ares-condicionados, assim como é mais seguro passear com crianças em praças do que em shoppings, por exemplo”.
Uma pesquisa realizada pelo Programa USP Cidades Globais em maio do ano passado, avaliou a expectativa da população após a flexibilização da quarentena. A pesquisa questionou, ainda, quais espaços o entrevistado pretendia frequentar após a flexibilização da quarentena. Os locais que mais se destacaram foram praças e áreas verdes, mencionados por 90,8% das pessoas, e praias, citadas por 82%. Das pessoas que responderam ao questionário, 86% afirmaram sentir falta de estar em áreas verdes. “A pesquisa responde claramente a necessidade que as pessoas sentem da existência de mais parques nas cidades”, finaliza a conselheira do CAU/CE Denise Sá.
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