A Procuradoria-Geral de Istambul, na Turquia, mandou prender o piloto turco Veli Demir, de 48 anos, que foi flagrado no Aeroporto de Fortaleza quando transportava 1,3 tonelada de cocaína num avião jato executivo, no dia 4 agosto de 2021. Também foram presos na Turquia o presidente da ACM Airlines, Seymuz Özkan, empresa proprietária do jato TC-GVA, além de outras cinco pessoas ligadas à companhia aérea.
Demir tinha sido colocado em liberdade no Brasil no dia 11 de novembro de 2021 por determinação do Juízo Federal da 11ª Vara do Ceará. O Ministério Público Federal não o denunciou por entender que ele não tinha responsabilidade pelo transporte das 24 malas onde havia 1.200 tabletes de cocaína.
O Departamento de Crimes Antinarcóticos de Istambul prendeu Demir no dia 26 de dezembro do ano passado, assim que ele desembarcou no aeroporto internacional daquela cidade. Segundo a polícia turca, ele prestou depoimento e aguarda julgamento.
No dia seguinte, os policiais realizaram uma operação na sede da ACM Airlines e apreenderam documentos e computadores. De acordo com investigações do Departamento Antinarcóticos da Turquia, o espanhol Angel Alberto Gonzalez Valdes, de 60 anos, pagou 160 mil euros pelo frete da aeronave. Além de Seymuz Özkan chegaram a ser presos Leyla Özkan, Ali Burak Bülbül, Fatih Rasim Bahar, Bekir Koray Özdögan e Nesime Özlem Bektas. A imprensa turca divulgou que eles foram soltos em 31 de dezembro. Porém, a Promotoria de Justiça recorreu da decisão e o empresário Özkan foi detido novamente.
O passageiro espanhol Angel Valdes, de 60 anos, foi preso e acusado de ser o dono da droga. Ele morreu em 24 de outubro do ano passado, vítima de câncer, no Hospital Penal Professor Otávio Lobo, em Itatinga, na região metropolitana de Fortaleza.
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O Departamento Antinarcóticos da Turquia investiga uma informação de que Seymuz Özkan é ligado a um empresário turco que teria sociedade em imóveis e empresas com o ex-major Sérgio Roberto Carvalho, o Major Carvalho, considerado um dos maiores traficantes de cocaína do mundo e caçado em toda a Europa. Carvalho é chamado de “Escobar brasileiro” no velho continente.
Em depoimento à polícia turca, Demir contou que o avião decolou de Málaga, na Espanha, com destino ao Ceará. No aeroporto de Fortaleza, a aeronave foi abastecida e seguiu viagem para Ribeirão preto (SP), onde o passageiro espanhol embarcou com as 24 malas.
Demir disse que ele e a tripulação ainda descansaram em um hotel. Por volta das 4h de 4 de agosto, após liberação da torre do aeroporto de Ribeirão Preto, o jato decolou e retornou para Fortaleza, onde passou por novos procedimentos alfandegários. Durante inspeção na aeronave, policiais federais abriram uma das malas e encontraram a cocaína. A revista feita pelos agentes foi filmada e os vídeos foram postados em redes sociais, sites de notícias e também acabaram veiculados por emissoras de televisão. A droga iria para a Bélgica. (Assista ao vídeo abaixo)
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O advogado Leonardo Duavy defendeu Demir no Brasil e disse que o cliente era inocente e não tinha conhecimento da cocaína na aeronave. O defensor afirmou que Demir é casado, pai de duas filhas, trabalhava havia 10 anos na aviação civil e três anos na ACM Airlines e tinha 10 mil horas de voo. Em nota divulgada na Turquia, a ACM Airlines informou que a empresa e a tripulação da aeronave nada tem a ver com o cliente espanhol nem com os pertences dele (24 malas) e que a responsabilidade da bagagem colocada no avião é inteiramente das autoridades aeroportuárias.
Segundo a imprensa turca o jato TC-GVA foi usado pelo primeiro-ministro e pelo presidente da República turcos durante anos e acabou vendido em 2016.
Com informações do site UOL
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