Mais de 700 mil pessoas morrem por ano devido ao suicídio, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o que representa uma a cada 100 mortes registradas. De acordo com a psicóloga Karen Crisóstomo, professora do curso de Psicologia do Centro Universitário Fametro (Unifametro), é possível identificar e prevenir o início de um comportamento suicida estando atento às diversas manifestações do sofrimento, tanto em comportamento, quanto em falas.
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Karen lembra que cada pessoa lida com os sofrimentos de maneira diferente, portanto, é fundamental que se possa estar atento aos comportamentos que indiquem aspectos como mudanças de humor; preferência por se manter isolado; perda de interesse por coisas que antes tinha interesse; falas depreciativas como “sou inútil”, “se eu morrer ninguém sentirá minha falta” ou “a vida não tem sentido”; e o aumento ou início do uso de drogas.
A depressão, segundo Karen, pode ser um fator de risco para o suicídio, mas é preciso cautela ao associar o transtorno ao ato de tirar a própria vida, pois não são apenas pessoas diagnosticadas com depressão que pensam ou tentam suicídio.
“Como a depressão é um transtorno mental, ou seja, não há cura, existem comportamentos que se intensificam nos momentos de crise, como o humor deprimido, no qual a pessoa não consegue realizar atividades cotidianas, como por exemplo, a higiene básica, ou até mesmo se alimentar. Nesses momentos, por vezes, a ideação suicida, ou até mesmo o planejamento e por fim o ato do suicídio, podem estar presentes. Por isso, é fundamental que essa pessoa receba o acompanhamento adequado de psicoterapeuta e psiquiatra, para que receba tanto o suporte terapêutico, quanto medicamentoso”, alertou a psicóloga.
Os jovens têm como características do seu período de desenvolvimento uma maior vulnerabilidade emocional por não ter maturidade frente a experiências vividas. Esse contexto aponta, de acordo com Karen, para uma maior probabilidade de não saber lidar com os momentos de sofrimento. Para ela, é importante cuidar da saúde mental desde a infância, para que esse jovem possa aprender a buscar ajuda sempre que necessário.
“Outro ponto importante é verificar se com o suporte da escola, familiares e amigos essa pessoa conseguirá obter ajuda. Caso se perceba que os pensamentos voltados para a morte ainda persistem, aí o indicado é buscar ajuda profissional o mais rápido possível”, indicou.
“Precisamos saber que o suicídio é um fenômeno multicausal, isto é, não existe um motivo específico que seja um fator que explique ou o justifique. A prevenção é possível ao passo que abrimos espaço de fala na família, na escola e nos meios de comunicação para desmistificar os diversos tabus em volta do tema”, complementa.
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