A polêmica sobre a redução de velocidade em ruas e avenidas, vira e mexe, volta a tona nas grandes capitais, especialmente, em períodos eleitorais. Mas fora desse contexto e analisando os números oficiais de acidentes e mortes no trânsito, Fortaleza se torna referência quando o assunto é regulamentação de velocidade para conter os acidentes graves.
Um estudo realizado pela Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) apontou que a média de acidentes com mortes em Fortaleza caiu 67% em vias que tiveram a velocidade readequada entre 2016 e 2020. O estudo considerou dados de acidentes contabilizados no período antes e depois da implantação de 50 km/h nas avenidas Presidente Castelo Branco, Osório de Paiva, Francisco Sá e Augusto dos Anjos.
De acordo com o estudo, o quantitativo de acidentes com vitimas feridas também apresentou redução de 20,9%, enquanto os índices de atropelamento sofreram queda de 19,7%. Em todo o mundo, a velocidade excessiva é a causa de uma em cada três mortes por acidentes de trânsito.
As medidas de readequação da velocidade visam garantir a segurança de todos os usários, principalmente, dos mais frágeis como pedestres e ciclistas. “Ao reduzir a velocidade máxima de 60 para 50 km/h, estamos aumentando em dez vezes a chance de uma pessoa atropelada sobreviver”, defende Juliana Coelho, superintendente da AMC.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a velocidade máxima de vias urbanas seja 50 km/h. Em Fortaleza, de janeiro a maio deste ano, as avenidas José Leon, Vereador Pedro Paulo, Leste-Oeste (trecho entre Jacinto Matos e Dom Manuel), Santos Dumont, Dom Luís, Bernardo Manuel, João de Araújo Lima, Osório de Paiva (trecho entre Perimetral e Quarto Anel Viário), Abolição, Historiador Rimundo Girão e Antônio Sales tiveram o novo limite estabelecido, mas ainda em caráter educativo sem aplicação de penalidade para os que excederem o novo limite.
“A velocidade é reconhecida como um dos principais fatores de risco de acidentes de trânsito, contribuindo tanto para ocorrência quanto para a gravidade. Adotamos essa prática, já comprovada internacionalmente, para continuarmos salvando vidas. A medida não tem qualquer fim arrecadatório, tanto é que sempre damos um período educativo de seis meses para que os motoristas se adequem”, esclarece Juliana.
Quanto mais rápido um veículo estiver trafegando, maior será o impacto de um acidente de trânsito. Dessa forma, a velocidade afeta não só o risco de ocorrência de um sinistro, mas a gravidade com que ele ocorre.
A velocidade elevada compromete a visão periférica que o motorista tem de seu entorno. Quanto maior a velocidade, menor o alcance da visão periférica, de tal forma que a percepção do motorista sobre os elementos da via diminui.
Uma redução de até 5% na velocidade do veículo pode resultar em 30% menos sinistros fatais.
Avenida Abolição – 50 km/h
Avenida Augusto dos Anjos – 50 km/h
Avenida Beira Mar – 40 km/h
Avenida Bernardo Manuel – 50 km/h
Avenida Coronel Carvalho – 50 km/h
Avenida Dom Luís – 50 km/h
Avenida Duque de Caxias – 50 km/h
Avenida Francisco Sá – 50 km/h
Avenida Frei Cirilo – 50 km/h
Avenida General Osório de Paiva – 50 km/h
Avenida Gomes de Matos – 50 km/h
Avenida Historiador Raimundo Girão – 50 km/h
Avenida João de Araújo Lima – 50 km/h
Avenida José Leon – 50 km/h
Avenida Monsenhor Tabosa – 40 km/h
Avenida Presidente Castelo Branco – 50 km/h
Avenida Santos Dumont – 50 km/h
Rua Alberto Magno – 50 km/h
Rua Dr. Justa Araújo – 50 km/h
Rua Governador João Carlos – 50 km/h
Rua Marechal Bittencourt – 50 km/h
Rua Vereador Pedro Paulo – 50 km/h
Rua Paulo Firmeza – 40 km/h
Rua Monsenhor Salazar – 40 km/h
Avenida Antônio Sales – 50 km/h
Rua Ana Bilhar – 40 km/h
Rua Canuto de Aguiar – 40 km/h
*Fonte: Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC).