Com o objetivo de homenagear os doadores de medula óssea e sensibilizar a população sobre a importância do cadastro de novos voluntários, o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), promove neste sábado (21), a partir das 7h, programação especial na Av. Beira Mar e no posto de coleta do hemocentro na Praça das Flores, ambos em Fortaleza. A ação do equipamento da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) acontece em alusão ao Dia Mundial do Doador de Medula Óssea, comemorado no terceiro sábado deste mês e dentro do Setembro Verde, período de conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos. A doação de medula óssea é um dos tipos de doação que pode ser feita em vida.
O evento faz parte da campanha “Histórias de Solidariedade – Cadastre-se como doador de medula óssea”, realizada pelo Hemoce, que busca incentivar o cadastro de novos voluntários. As atividades iniciam com uma blitz de conscientização na Av. Beira Mar (Estátua da Iracema Guardiã), das 7h às 8h30. A partir das 9h, a programação segue no posto de coleta do Hemoce na Praça das Flores, com café da manhã e blitz de conscientização.
Foi em uma dessas ações de conscientização, na empresa em que atuava, que Raissa Fontenelle (foto), 37, realizou o cadastro como doadora de medula óssea, em fevereiro de 2023. A administradora conta que durante o processo da sua doação de sangue foi informada que também poderia se cadastrar. “A profissional me perguntou se eu gostaria de fazer o cadastro do banco de medula óssea. Na hora fiquei em dúvida, mas em seguida ela me informou que a idade-limite para o cadastro era 35 anos e eu faria 36 em 15 dias. Essa seria a última oportunidade que teria para realizar. Então, decidi fazer, afinal era só colocar meu nome e minhas informações no banco de dados”, completa.
Raissa se surpreendeu quando foi, um ano depois, contactada pelo Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). “Fiquei bastante surpresa quando recebi o primeiro contato informando da possível compatibilidade, e, de imediato, aceitei continuar. Em todo o processo, tanto a equipe do Redome, quanto a do Hemoce me passaram muita segurança e esse suporte foi muito importante”, diz.
O processo é criterioso e envolve várias etapas para garantir a segurança e saúde do doador e do paciente. “Tive que realizar duas coletas para o mesmo doador. Os procedimentos duraram cerca de 4/5 horas. São indolores, semelhantes a uma doação de sangue, porém com acesso nos dois braços. Em nenhum momento pensei em desistir, pois no meu pensamento estava fazendo o que eu gostaria que fizessem pelo meu filho, se um dia ele necessitasse. É muito gratificante saber que um ato simples pôde salvar a vida do filho de alguém e acalmou o coração de uma mãe”, conclui.
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O Hemoce é responsável por cadastrar os doadores de medula óssea no Ceará e cadastrou mais de 230 mil pessoas no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea – Redome. O número de cadastros realizados pelo Hemoce é o maior das Regiões Norte e Nordeste.
O transplante de medula óssea é um tipo de tratamento indicado para algumas doenças que afetam as células do sangue. O hemocentro cearense realiza a triagem de candidatos, testes de compatibilidade, exames e a coleta. A coleta da medula é feita por aférese, que colhe o material pela veia do braço do doador, no qual um equipamento retira as células-tronco e devolve as demais células do sangue ao doador. Também é feita a coleta de células para transplante alogênico não aparentado (com medula de doador sem parentesco, via Redome) em pacientes de outros estados e países.
Até setembro deste ano, já foram feitas 133 coletas, sendo 82 para transplante de medula óssea em outros estados e 51 para outros países (Estados Unidos, França, Itália, Portugal, Canadá, Argentina, Holanda e Turquia) – 19 ocorreram neste ano.
No Ceará, os procedimentos na rede pública são resultados de uma parceria entre o Hemoce e o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), da Universidade Federal do Ceará (UFC), que já existe há 16 anos.
De lá para cá, mais de 850 procedimentos foram realizados. O Ceará tem uma média de sobrevida dos pacientes transplantados de 95,3%, superior à média nacional, que atualmente é de 90%, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.
Para ser um doador de medula óssea é necessário se cadastrar. Basta ter entre 18 e 35 anos e não apresentar histórico pessoal de doenças oncológicas, apresentar um documento de identidade e telefones para contato. O voluntário preencherá uma ficha com dados pessoais e terá coletada uma amostra de 5 ml de sangue.
Pessoas já cadastradas devem ficar atentas para o caso de serem convocadas. Se houver mudança de endereço e/ou de contato, é importante atualizar os dados em qualquer unidade do Hemoce ou no aplicativo do Redome.
Por Emmanuel Denizard – Ascom Hemoce
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