Foi instalada nesta quarta-feira (12/04), no Senado Federal, a Comissão Especial do Hidrogênio Verde, que será presidida pelo senador Cid Gomes (PDT-CE). A Comissão tem como principal objetivo debater, no prazo de dois anos, políticas públicas sobre hidrogênio verde, de modo a fomentar o ganho em escala dessa tecnologia de geração de energia limpa e avaliar políticas públicas que estimulem a tecnologia do hidrogênio verde.
Durante a sessão de instalação, Cid Gomes apresentou o plano de trabalho para 2023 e concedeu vista coletiva para que todos os demais senadores que integram a Comissão possam examinar a proposta e apresentar possíveis sugestões. De acordo com o plano apresentado pelo senador, serão realizadas sete audiências públicas no Senado e outras cinco nas diversas regiões brasileiras para ouvir órgãos governamentais, especialistas, universidades e empresas do setor e coletar informações sobre experiências que já estejam em andamento e projetos futuros.
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Durante sua fala, Cid lembrou o potencial do Brasil. “O Brasil destaca-se na atração de investimentos voltados à produção e ao uso do hidrogênio verde, sobretudo em função de contar com fontes limpas e renováveis de geração de energia elétrica, como são as fontes solar e eólica, energia essa essencial para realizar a eletrólise da água. Desse processo de eletrólise se produz o hidrogênio, o qual, por sua vez, é armazenado em células de combustíveis que podem ser transportadas e então usadas na geração de energia elétrica em outros locais, especialmente para movimentar motores”, explicou.
Cid ressaltou ainda o protagonismo do Ceará, não só pela abundância de fontes solar e eólica, mas também pela parceria do Porto do Pecém com o Porto de Roterdã, na Holanda, que possibilitou a criação do Hub de Hidrogênio Verde do Ceará. “Já há definições na Europa de que Roterdã será a chegada do hidrogênio verde, porque isso demandará uma infraestrutura que o Porto de Roterdã já vem trabalhando”, disse.
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A pesquisadora e diretora da Associação Brasileira do Hidrogênio, Mônica Panik, participou da reunião e avaliou que a criação da Comissão Espacial no Senado é um marco para o hidrogênio verde no Brasil. Ela destacou que o Brasil tem um papel importante em nível global na produção, no uso local e na exportação do hidrogênio verde. “O Brasil pode se tornar um ator ativo e relevante no setor global do hidrogênio verde”, disse.
Mônica explicou que a partir de 2017 o setor começou a se desenvolver de forma mais intensa, quando o hidrogênio passou a ser compreendido não só como um combustível alternativo, mas também como um dos pilares da descarbonização da economia mundial. E no Brasil, a primeira experiência foi o HUB de Hidrogênio Verde implantado no Ceará. “Essa foi a iniciativa que realmente colocou o Brasil no mapa mundial de projetos e isso é importante porque atrai investimentos”, explicou.
Além de Cid, a Comissão será formada pelos senadores Otto Alencar (PSD-BA), Marcos Pontes (PL-SP), Fernando Dueire (MDB-PE), Luis Carlos Heinze (PP-RS), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Rodrigo Cunha (União-AL), todos titulares, e ainda pelos suplentes Ciro Nogueira (PP-PI), Eliziane Gama (PSD-MA) e Eduardo Girão (Novo-CE).
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