O Ministério da Defesa da Rússia anunciou, nesta terça-feira (15/02), sem entrar em detalhes em relação à quantidade de militares desmobilizados, a retirada de algumas forças russas posicionadas há várias semanas na fronteira com a Ucrânia. Os militares devem começar a regressar às bases ainda hoje, disse o porta-voz Igor Konashenkov, citado pela agência russa Interfax.
“As unidades dos distritos militares a sul e oeste que cumpriam o destacamento já começaram a carregar os meios de transporte ferroviário e rodoviário e vão começar a regressar às suas bases hoje”, afirmou.
Nas últimas semanas, a Rússia juntou mais de 130 mil soldados na fronteira com a Ucrânia, causando grande preocupação e alimentando o receio de invasão. Diversos países, inclusive, após alerta emitido a cidadãos norte-americanos sobre o risco de uma guerra, também determinaram que os cidadãos deixassem a Ucrânia.
Os sinais enviados pelo Kremlin nas últimas horas, porém, são contraditórios: novas imagens de satélite divulgadas por uma empresa norte-americana, a Maxar Technologies, mostram atividade militar russa crescente em vários locais próximos à Ucrânia. A empresa tem acompanhado as movimentações russas e indica que houve atividades significativas entre o último domingo (13/02) e a segunda-feira (14/02).
Ao anunciar a decisão, nesta terça-feira, o porta-voz russo também deixou a entender que os exercícios de larga escala no país devem continuar, uma vez que há cerca de 30 mil realizando treinamentos conjuntos com a Bielorrússia e essas atividades só devem terminar no próximo domingo (20/02).
O próprio presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse ontem que já haveria data fixada pelas forças russas para uma invasão do país: quarta-feira, 16 de fevereiro.
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A retirada parcial das tropas da Rússia ocorre após semanas de intensos esforços diplomáticos e no dia em que o chanceler alemão, Olaf Scholz, chega a Moscou para negociar a questão da Ucrânia com o presidente Vladimir Putin.
A Alemanha é o principal parceiro comercial da Rússia, na Europa. A mensagem de Scholz para Putin é que os países do ocidente continuam abertos ao diálogo, mas que também, se houver invasão à Ucrânia, vão recorrer à sanções econômicas. E sanções vindas da Alemanha tem um peso maior.
O premiê da Alemanha, Olaf Scholz, também transmite uma mensagem de unidade total entre os países ocidentais. Nessa segunda-feira (14/02), Scholz também esteve reunido com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky que afirmou, que neste momento, o desejo do país de entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) está fora da agenda de discussão. Segundo Zelensky, embora a adesão seja uma possibilidade prevista na constituição do país como uma garantia de segurança exatamente para situações como essa que a Ucrânia vive hoje, diante da crise atual, o ingresso na Otan se torna apenas um sonho.
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