

Belém sedia a COP30, marco global do debate sobre o clima | Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
04 de novembro de 2025 — A cidade de Belém (PA) se prepara para sediar, entre 10 e 21 de novembro, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). O encontro internacional, promovido pela ONU, deve reunir mais de 50 mil pessoas, incluindo delegados, chefes de Estado, jornalistas, pesquisadores e 15 mil representantes de movimentos sociais que participarão da Cúpula dos Povos, em debates paralelos.
Criadas em 1995, as Conferências das Partes (COPs) têm como missão principal implementar a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, documento adotado em 1992 para estabilizar as emissões de gases de efeito estufa e conter o aquecimento global. Trinta anos depois, o Brasil recebe o evento pela primeira vez, no coração da Amazônia, reforçando o protagonismo da região nas discussões ambientais.
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O grande objetivo da COP30 é definir ações concretas para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C até o final do século, acelerando a implementação de acordos anteriores, como o Acordo de Paris (2015). As negociações serão conduzidas pelo presidente da conferência, o embaixador André Lago, atual secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores.
Lago destaca que o encontro reflete décadas de aprimoramento das políticas climáticas globais. “Desde o Rio-92, as COPs evoluíram com base na ciência, na responsabilidade histórica dos países e nas necessidades dos países em desenvolvimento”, afirmou.
A programação será dividida em duas zonas principais. A zona azul sediará as negociações oficiais entre os 198 países signatários, com presença de chefes de Estado, observadores e imprensa credenciada. Já a zona verde será voltada à sociedade civil, com painéis, exposições e debates de universidades, empresas e governos locais sobre soluções sustentáveis.
Entre 6 e 7 de novembro, antes da abertura oficial, será realizada a cúpula dos chefes de Estado, com a presença de líderes de 143 delegações, que devem sinalizar compromissos políticos e orientar o tom das discussões.
Organizações não governamentais e movimentos sociais também terão protagonismo na COP30, levando propostas e cobrando ações efetivas dos governos. O Observatório do Clima, por exemplo, planeja apresentar sugestões voltadas à aceleração de medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
Para a especialista em política climática Stela Herschmann, da organização, os avanços obtidos até agora são importantes, mas insuficientes diante da gravidade da crise ambiental. “As COPs evoluíram, mas o ritmo das decisões ainda é lento frente à velocidade das mudanças que o planeta enfrenta. A ciência já mostrou o caminho — falta transformar as metas em ações concretas”, avaliou.
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