Os olhares e os sentidos sobre a pesquisa em dança, entre conceitos, vivências e experimentações. Esses são alguns dos pontos abordados no livro “Dança de Situação: Um Olhar para a Dança a partir das Políticas Públicas em Fortaleza” (Editora 7letras), da artista e pesquisadora Isabel Botelho. A obra, que é a versão ampliada da sua dissertação do Curso de Mestrado em Psicologia do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade de Fortaleza (Unifor) e contemplada no XII Edital de Incentivo às Artes e Lei Rouanet, terá lançamento no dia 14 de junho, às 19h, na Casa Absurda. Na ocasião, acontecerá uma roda de conversa sobre “Formação e Criação em Dança – campos de possibilidades e construção de políticas públicas culturais”, com a participação de Cláudia Pires, Ernesto Gadelha, David Linhares e Alexandre Barbalho.
Nos dois dias que antecedem o lançamento, 12 e 13 de junho, a autora vai promover o webinar “Dança de Situação: criação, arte e políticas públicas”. A atividade foi pensada a partir das discussões propostas no livro de Isabel Botelho. No dia 12, a ação, que é gratuita, acontece das 18h às 20h, com a participação confirmada dos professores doutores Mônica Marçal, Daniela Ribeiro Schneider e Georges Daniel Janja Bloc Boris. No dia seguinte, o encontro online acontece das 16h às 18h, com Clarice Lima, Rosana Mara, Gerson Moreno e Milton Paulo. Para conferir, basta entrar no canal da Casa Absurda no YouTube: https://www.youtube.com/casaabsurda.
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De forma leve e, ao mesmo tempo, consistente, a obra de Isabel Botelho, que traz ilustrações de Meg Banhos, propõe uma reflexão sobre a dança em Fortaleza, a partir da implementação do Colégio de Dança do Ceará. Para isso, a escritora articula sua própria experiência com a fenomenologia existencial de Jean-Paul Sartre, tendo como princípio o conceito de ser-no-mundo, que Isabel chama em sua pesquisa de “ser-que-dança-no-mundo”. Além disso, ela aborda experiências vividas de quatro professores e bailarinos cearenses, Clarice Lima, Milton Paulo Nascimento, Gerson Moreno e Rosana Mara, que, no livro, são esses seres-que-dançam-no-mundo.
“Por meio de entrevistas abertas, com duração livre, os quatro foram estimulados a contar suas experiências com a dança em geral, desde a infância até os dias de hoje, bem como suas memórias sobre seus acessos às políticas públicas, dentre outros tópicos. Durante as conversas, deixei que suas memórias aflorassem em associações próprias às suas histórias individuais, e somente em momentos-chave, relacionados ao objetivo da pesquisa, eu solicitava que fossem melhor detalhadas”, explica Isabel.
A autora também apresenta algumas propostas contextualizadas no campo das políticas públicas, com foco em arte e cultura, bem como em ações afirmativas de combate às discriminações de gênero, de etnia, de raça e de religião, ou de pessoas com deficiências físicas, visuais, auditivas e intelectuais, também aplicadas nas políticas culturais. E é justamente por meio de sua experiência vivida na dança e da escuta dos bailarinos entrevistados que, em seu livro, Isabel Botelho aborda a questão de como a ampliação do acesso à cultura e à arte favorece a construção de diversos novos projetos na área.
“Busco discutir sobre como o entrelace das vivências em dança, oportunizadas por políticas públicas, expressas pelos sujeitos dançantes, associam-se à fenomenologia existencial sartreana. É pela vivência de Clarice, Milton, Gerson e Rosana que teço a discussão, na partilha de seus tempos, suas memórias, suas histórias, suas compreensões sobre a dança, a arte e a criação”, reforça.
O livro estará à venda no dia do lançamento na Casa Absurda, e já está disponível também nos sites da editora 7Letras e da Amazon.
Isabel Botelho vem dançando ao longo de toda a sua vida. Em suas memórias mais distantes, o movimento e a dança eram a sua forma de apresentação no mundo. Entre as danças compartilhadas escolheu trilhar profissionalmente esse caminho, por acreditar que essa era a melhor forma de interagir no mundo.
Na juventude, sua vivência foi permeada por projetos artísticos criados no Grupo Metade Inteira, na Companhia da Arte Andanças, no Colégio de Dança do Ceará e nas temporadas dos espetáculos dos quais participou. “Constituí-me como artista e pesquisadora da dança, nos circuitos artístico e acadêmico, ao estudar dança, movimento, educação, filosofia, psicologia e arte”, explica.
A autora considera que este trabalho acadêmico é um dos movimentos realizados, entre outros, já realizados por ela anteriormente, na busca por contribuir para o estudo de uma pedagogia da dança e para as construções acerca das políticas públicas para as artes e para a cultura. Contudo, ela sabe que há ainda muitos outros movimentos a serem propostos e conduzidos, a fim de que essa contribuição seja cada vez mais relevante tanto no contexto acadêmico, quanto empírico na área da dança.
“Assim, construo meu campo de possíveis, me direcionando para a manutenção deste estudo teórico e prático acerca das possíveis pedagogias para a dança em que a estética da existência seja criativa, engajada, e com acesso assegurado como direito cultural”, finaliza.
Programação de lançamento do livro “Dança de Situação: Um Olhar para a Dança a partir das Políticas Públicas em Fortaleza” (Editora 7letras), de Isabel Botelho
Dias 12 e 13/06: Webinar Dança de Situação: criação, arte e políticas públicas
Horário: Dia 12, das 18h às 20h | Dia 13, das 16h às 18h
Onde: Canal da Casa Absurda no YouTube (https://www.youtube.com/casaabsurda)
Dia 14/06: Lançamento do Livro e Roda de Conversa
Horário: Às 19h
Onde: Casa Absurda (Rua Isac Meyer, 108 – Aldeota. Tel: 85-98607-5502).
Entrada gratuita
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