

Investigação mira organização criminosa responsável por ataques cibernéticos a aliados do projeto de endurecimento da lei do aborto | Foto: reprodução
02 de dezembro de 2025 – A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (02 de dezembro de 2025), uma operação para desarticular uma organização criminosa suspeita de promover ataques hacker contra deputados federais que apoiaram o projeto de lei que equipara aborto após 22 semanas de gestação a homicídio — inclusive nos casos de estupro.
A ação policial cumpre mandados de busca e apreensão em São Paulo (SP) e Curitiba (PR), com apoio de autoridades internacionais por meio de cooperação jurídica. Segundo a PF, os ataques digitais derrubaram e comprometeram sites institucionais de parlamentares, afetando a comunicação oficial e atividades legislativas.
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A investigação aponta que os ataques foram dirigidos contra os deputados Bia Kicis (PL-DF), Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Paulo Bilynskyj (PL-SP). Durante a tramitação da proposta, outros parlamentares — como Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Júlia Zanatta (PL-SC), Greyce Elias (Avante-MG) e o então líder do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) — também relataram invasões a seus perfis e páginas institucionais.
Os ataques ocorreram no período em que o projeto avançava na Câmara dos Deputados, provocando intenso debate público e levando a manifestações em diversas capitais do país.
A Câmara aprovou em junho do ano passado o regime de urgência para o projeto, decisão tomada em apenas 23 segundos, sem tramitar pelas comissões permanentes — o que gerou forte reação social. Milhares de pessoas foram às ruas, sobretudo na Avenida Paulista, para protestar contra o texto.
O aborto no Brasil é permitido somente em três situações: gravidez decorrente de estupro, risco de morte para a gestante e casos de anencefalia. A legislação atual não estabelece limite de semanas nessas hipóteses.
O projeto buscava considerar homicídio simples — com penas de 6 a 20 anos de prisão — qualquer aborto realizado após 22 semanas, tanto para a gestante quanto para quem realizasse ou auxiliasse o procedimento. As exceções seriam os casos já previstos em lei, sem alteração quanto ao aborto em anencéfalo ou risco de morte materna.
Diante da pressão popular, o então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), suspendeu a votação e anunciou que o tema seria discutido em comissão específica. No entanto, a comissão não foi formalizada, e o atual presidente, Hugo Motta (Republicanos-PB), não retomou o debate.
A proposta previa:
O endurecimento da punição gerou alerta entre especialistas, juristas e entidades de saúde, por equiparar crimes distintos e impactar diretamente vítimas de estupro que buscam atendimento tardio.
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Tags: Polícia Federal, ataques hacker, ciberataques, deputados federais, PL do aborto, aborto e legislação, Código Penal, projeto de lei, Bia Kicis, Alexandre Ramagem, Paulo Bilynskyj, Eduardo Bolsonaro, Júlia Zanatta, Greyce Elias, Sóstenes Cavalcante, Arthur Lira, Hugo Motta, Congresso Nacional, manifestações, segurança digital, crimes cibernéticos, investigação federal, cooperação internacional