

As vítimas foram aliciadas para trabalho numa construtora e ao chegar ao local do trabalho descobriram que o contrato de trabalho era uma fraude | Foto: arquivo/Polícia Federal
A Polícia Federal realiza, desde as primeiras horas da manhã desta quarta-feira (9/2), a operação Falsas Promessas. O objetivo é combater o tráfico de pessoas e a redução a condição análoga à de escravo, nos Estados do Maranhão e Rio Grande do Sul.
Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, um no município de São Luís/MA e outro em Sapucaia do Sul/RS, além de outro mandado de busca pessoal. Todas as medidas foram expedidas pela Justiça Federal.
Segundo as investigações, 21 trabalhadores do Estado do Maranhão foram aliciados, mediante fraude, com a promessa de trabalho, alojamento e alimentação pagos pela empresa contratante. O trabalho seria no Estado do Rio Grande do Sul. De acordo com o que foi apurado, para enganar as vítimas, os investigados simularam a assinatura de contrato com elas ainda em solo maranhense.
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Ao chegarem ao destino, as vítimas descobriram que foram enganadas, pois o contrato assinado no Maranhão não tinha qualquer validade perante a construtora. Em sequência, eles foram constrangidos a assinarem novo contrato com valor abaixo do salário básico e sem o auxílio alimentação que havia sido pactuado.
Além disso, acreditavam ter sido contratados como carpinteiros, porém, no Rio Grande do Sul, descobriram que iriam trabalhar como montadores, carregando formas metálicas, que pesavam cerca de 65 quilos. Por fim, as vítimas foram enganadas quanto ao recebimento de valor adicional por produção, uma vez que o mínimo a ser atingido era inalcançável.
Segundo a Polícia Federal, quando as vítimas perceberam todo o esquema enganoso, pediram para serem demitidas, solicitando o pagamento da passagem de volta para o Maranhão, pois não tinham dinheiro suficiente. Eles obtiveram como resposta que, se quisessem sair, deveriam pedir demissão e não teriam direito a nada.
Os investigados poderão responder por crimes de reduzir alguém a condição análoga à escravidão e de tráfico de pessoas, entre outros, podendo a pena ultrapassar 16 anos.
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