O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou o delegado da Polícia Civil, Maurício Demétrio Afonso Alves, e o policial civil Adriano Santiago da Rosa por integrarem organização criminosa voltada à prática dos crimes de obstrução de Justiça e violação de sigilo funcional.
A denúncia, que deu origem à segunda fase da operação Carta de Corso, realizada na última quarta-feira (22/12), e à prisão de Adriano, é um desdobramento da primeira fase da ação, realizada em 30 de junho deste ano, quando Maurício e outros policiais civis foram presos. A decisão foi da 1º Vara Criminal Especializada do Estado do Rio de Janeiro.
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A apreensão de aparelhos celulares do delegado permitiu a obtenção de novas provas contra Maurício Demétrio, preso por forjar uma operação contra o delegado Marcelo Machado, que investigava a organização criminosa pelos crimes de extorsão contra comerciantes de Petrópolis, na região serrana do Rio. No conteúdo extraído dos aparelhos telefônicos, com autorização judicial, Maurício contava com o apoio de Adriano, lotado no Setor de Inteligência da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial, para obter dados sigilosos de diversas pessoas, com o objetivo de prejudicá-las. Maurício Demétrio foi titular da delegacia especializada.
Segundo o MPRJ, Maurício Demétrio, com a finalidade de prejudicar desafetos, informou ao agente da Polícia Federal Enrico Cortes Villela Delle Piane que um outro delegado, morador de Petrópolis e que havia atuado na Corregedoria da Polícia Civil, traficava drogas em deslocamentos entre a capital e a região serrana. Ele chegou a se encontrar com o agente da PF para repassar os dados que seriam utilizados em uma futura operação para prender o delegado. Após diversas mensagens eletrônicas, sob a alegação de que ele e sua esposa haviam contraído covid-19, Maurício parou de passar informações ao agente.
Ainda segundo o MPRJ, além disso, também de maneira ilegal, Maurício determinou que Adriano verificasse dados restritos de inúmeros cidadãos, entre eles autoridades e seus familiares, tendo acesso, inclusive, a informações sobre movimentações bancárias das vítimas, com o objetivo de produzir dossiês.
A defesa do delegado Maurício Demétrio ainda não se pronunciou.
Por Douglas Corrêa – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro
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