

O chefe do gabinete do presidente da Ucrânia, Andriy Yermak, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, falam à imprensa após conversas a portas fechadas em Genebra, Suíça | Foto: REUTERS/Emma Farge
24 de novembro de 2025 – Estados Unidos e Ucrânia anunciaram um avanço nas negociações para um possível plano de paz com a Rússia, após a elaboração de uma “estrutura de paz refinada” durante encontros realizados neste domingo (23), em Genebra. A nova versão do documento busca corrigir pontos da proposta original, considerada excessivamente favorável a Moscou.
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Em comunicado conjunto, representantes dos EUA e da Ucrânia afirmaram que os diplomatas trabalharam em um modelo atualizado para encerrar o conflito, embora detalhes específicos não tenham sido divulgados. A Casa Branca declarou que a delegação ucraniana avaliou que o plano revisado “reflete seus interesses nacionais” e “aborda suas principais necessidades estratégicas”. Kiev, no entanto, não publicou posicionamento próprio.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que liderou as conversas, retornou a Washington no fim de domingo, mas garantiu que o trabalho continuará intensamente até quinta-feira — prazo inicialmente estabelecido pelo presidente norte-americano, Donald Trump, para que o presidente Volodymyr Zelenskiy aceite um acordo. Rubio, porém, admitiu que esse prazo pode não ser definitivo.
Trump elevou a pressão ao afirmar que a Ucrânia demonstrou “zero gratidão” pelos esforços dos EUA durante o conflito, levando autoridades ucranianas a reforçarem publicamente seu agradecimento ao governo norte-americano.
Zelenskiy pode viajar aos Estados Unidos ainda nesta semana para tratar diretamente com Trump sobre os pontos mais sensíveis da proposta, segundo fontes ligadas às negociações.
O plano preliminar, composto por 28 pontos apresentados pelos EUA na semana passada, exigia que a Ucrânia cedesse território, limitasse sua capacidade militar e abrisse mão de ingressar na Otan — condições vistas pelos ucranianos como uma capitulação após quase quatro anos de guerra, o maior conflito europeu desde a Segunda Guerra Mundial.
O documento surpreendeu até mesmo autoridades norte-americanas. Fontes afirmam que a proposta inicial foi elaborada em uma reunião realizada em outubro, em Miami, com participação do enviado especial Steve Witkoff, do genro de Trump, Jared Kushner, e de Kirill Dmitriev, enviado russo sob sanções dos EUA.
Aliados europeus, que não participaram da construção da proposta original, apresentaram uma contraproposta neste domingo, sugerindo redução das concessões territoriais e inclusão de uma garantia de segurança ao estilo da Otan, caso a Ucrânia fosse atacada novamente.
As negociações ocorrem em um momento delicado no campo de batalha. A Rússia tem avançado em algumas regiões, enquanto ataques com drones e mísseis têm danificado instalações de energia e gás na Ucrânia, deixando milhões de pessoas sem aquecimento, água e eletricidade por horas diariamente.
Internamente, Zelenskiy enfrenta pressão crescente após um escândalo de corrupção envolvendo ministros do governo, o que reacendeu críticas à persistente corrupção no país e dificultou a manutenção de financiamentos internacionais essenciais para a economia ucraniana.
Nos últimos dias, Kiev ganhou fôlego após os Estados Unidos intensificarem sanções contra o setor petrolífero russo — uma das principais fontes de financiamento da guerra — ao mesmo tempo em que drones e mísseis ucranianos de longo alcance atingiram estruturas industriais russas, causando danos significativos.
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