Uma equipe formada por homens do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE), da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer), e 18 brigadistas florestais da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA), atuam desde às 18h desta quarta-feira (17/11) e durante toda a quinta-feira (18/11) no combate a um incêndio de grandes proporções no Parque Estadual do Cocó. O fogo consumiu mais de 20 hectares (ha), equivalente a 20 campos de futebol, da Unidade de Conservação que é o maior parque ecológico urbano da América Latina. A área atingida compreende os bairros Tancredo Neves e o Lagamar.
Segundo o CBMCE, foram localizados 12 focos de incêndio, os primeiros próximos à avenida Raul Barbosa. Bairros como Aerolândia, São João do Tauape, Vila União e Montese amanheceram com as ruas cobertas pela fumaça. O titular da SEMA, Artur Bruno; o gerente do Parque, Paulo Lira; e o responsável pelo Programa de Prevenção, Monitoramento, Controle de Queimadas e Combate aos Incêndios Florestais (PREVINA), Leonardo Borralho, estão nas áreas afetadas acompanhando, desde o primeiro momento, os trabalhos. Segundo Bruno, foi o maior incêndio acompanhado por ele desde 2015, quando assumiu a Secretaria.
Ele explica que, apesar da grande área afetada, o fogo consumiu poucas árvores, atingindo basicamente capim e plantas aquáticas. “Esta é uma área que fica alagada na maior parte do tempo. Quando chega o período de estiagem, entre setembro e dezembro, o nível da água abaixa e o capim fica seco, e os ventos, comuns nesta época, favorecem que o fogo se alastre com mais facilidade”, explicou.
Como os focos de incêndio ficam próximos à margem do rio Cocó, com terreno de muita lama, acesso dos caminhões do Corpo de Bombeiros fica prejudicado, fazendo com que os profissionais de segurança fizessem o combate de forma manual. Helicópteros da Ciopaer jogam água nos focos e os brigadistas vão até pontos estratégicos para montar o que eles chamam de cinturão ou acero – que consiste em tirar o combustível natural do fogo, limpando o capim seco e deixando uma área em terra batida, cortando a velocidade do fogo.
Ainda segundo Bruno, não há como determinar as causa do incêndio neste momento. “A luta agora é para debelar as chamas, o que se espera que ocorra até o início da tarde de hoje. Posteriormente, o Corpo de Bombeiros e a SEMA devem realizar perícia no local. Não podemos descartar nenhuma hipótese, tais como queimada para limpeza de terreno, uso de fogo por pescadores ou mesmo fogos de artifício. Todas estas práticas são proibidas no interior do Parque”, adiantou.
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Na manhã desta quinta-feira (18/11), agentes da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) precisaram bloquear o trânsito na Av. Murilo Borges, uma das mais movimentadas de Fortaleza. Além do risco de acidentes por causa da baixa visibilidade provocada pela fumaça densa, a medida teve também o objetivo de proteger as equipes que atuavam no combate ao fogo, uma vez que os profissionais e caminhões do Corpo de Bombeiros tiveram que se posicionar ao longo da avenida.
As causas do incêndio ainda vão ser investigadas. Uma das hipóteses que surgiu foi que o acionamento das chamas dentro do parque teria sido após fogos de artifício terem atingido a vegetação seca do parque. As chamas se espalharam rápido. Equipes do Corpo de Bombeiros dos quarteis de Messejana e Mucuripe foram os primeiros a iniciar o combate ao incêndio. Segundo o tenente-coronel Osvaldo, responsável pela operação, cerca de 30 homens se revezaram no trabalho durante toda a madrugada.
As chamas altas do incêndio no Parque do Cocó começaram a ser notadas pelos moradores de Fortaleza por volta das seis da noite. Segundo os relatos nas redes sociais, o fogo teria iniciado perto do viaduto do Lagamar e logo se espalhou por uma área extensa, em torno de 20 hectares, equivalente a vinte campos de futebol.
Moradores também informaram que a fumaça invadiu as casas em vários bairros da capital cearense, principalmente na Aerolândia, Lagamar, São João do Tauape, Bairro de Fátima e Montese. O vento nesta época do ano sopra forte e ajuda a propagar o fogo na vegetação seca do parque ecológico e leva a fumaça para longe.
Motoristas também registraram imagens da fumaça nas ruas e avenidas da cidade e descreveram a dificuldade para dirigir por causa da fumaça densa.
Veja imagens do incêndio feitas pelos moradores da capital cearense:
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