A sonda Perseverance atingiu um novo marco na exploração espacial. Pela primeira vez, o solo de Marte – onde a Perseverance busca sinais de vida – foi perfurado em busca de fósseis e rochas que ajudem a compreender a história do planeta vermelho.
Após meses de preparação para o processo, que envolveu mais de 90 engenheiros e cientistas da agência aeroespacial norte-americana Nasa, o envio de dados causou “uma montanha russa de emoções”, informou a nota de atualização da missão espacial.
Inicialmente, o primeiro relatório da sonda robótica informou que a perfuração, coleta e armazenamento das amostras rochosas haviam sido bem sucedidos. Como os relatórios enviados via rádio demoram horas para chegar aos computadores do controle da missão Perseverance, os pesquisadores ficaram ansiosos para receber todas as atualizações da complexa operação de análise geológica à distância.
Cerca de seis horas após o primeiro sinal, uma decepção: o tubo de coleta de amostra do núcleo da rocha perfurada pelo robô estava vazio. Não havia sinal de material recolhido, apesar das fotos mostrarem que a broca e os braços mecânicos funcionaram corretamente.
Os cientistas não desistiram. Após dois dias de análise de todo o processo de perfuração, chegaram à conclusão de que não houve nenhum tipo de falha por parte da sonda automatizada. O que houve é que a formação rochosa escolhida para a perfuração tinha características arenosas, o que resultou em fragmentos muito pequenos e de difícil manuseio pelos instrumentos de coleta.
As imagens mostram que a perfuração resultou em um punhado de uma fina poeira marciana – nada que pudesse ser guardado para análise profunda.
“Vamos seguir para a próxima localização de amostras em Seitah do Sul – o local mais afastado dessa fase da campanha científica. Baseado nas imagens da sonda e do helicóptero, provavelmente encontraremos rochas sedimentares que se alinharão melhor com as nossas experiências na Terra”, esclareceu o comunicado.
Além da coleta de materiais e elementos, a Perseverance também analisa a atmosfera e captura fenômenos culturais recorrentes no planeta vermelho.
Por Agência Brasil – Brasília
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