Essencial para as atividades agrícolas, o solo é um recurso natural renovável que passa por avaliações físicas e químicas a fim de se otimizar o seu manejo e obter ganhos em produtividade. O método utilizado para isso tem sido a coleta de amostras e o envio delas para análise em laboratório, procedimento eficaz, mas que demanda tempo para realização.
Com o objetivo de agilizar esse processo, um produto desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo (PPGCS) da Universidade Federal do Ceará trará a investigação do solo para o campo, por meio de um equipamento portátil e que pode ser manipulado pelo próprio agricultor. Chamado de “Sistema de aquisição de dados de resistência tênsil de materiais, principalmente de agregados do solo”, o equipamento foi patenteado no último mês de maio.
Este é o 59º invento da UFC com carta patente emitida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), e teve como pesquisador responsável o Prof. Jaedson Cláudio Anunciato, do Departamento de Ciências do Solo, do Centro de Ciências Agrárias da UFC.
O equipamento pesa apenas 18 quilos e pode ser transportado às áreas rurais para a verificação simultânea de atributos como consistência do solo seco e resistência tênsil de agregados, esses últimos formados pela união de partículas orgânicas e minerais. Indicadores da qualidade do solo, os agregados revelam parâmetros associados com a entrada e saída de ar, infiltração de água, passagem de nutrientes e outras condições necessárias para o desenvolvimento das plantas.
>>>SIGA O YOUTUBE DO PORTAL TERRA DA LUZ <<<
“A resistência tênsil dos agregados é fundamental para que os solos resistam aos impactos e não se desfaçam facilmente, nem sejam tão coesos a ponto de não se separarem naturalmente. Por isso, monitorá-la é crucial para se adotar as melhores práticas agrícolas”, explica o Prof. Jaedson Anunciato.
Segundo o pesquisador, além de suprir a necessidade de um instrumento que pudesse avaliar de forma concomitante os dois atributos – consistência e resistência tênsil -, o sistema impacta na redução de custos. “Embora o equipamento possa ser operado em laboratório, sua capacidade de realizar análises in situ, utilizando energia de bateria integrada, otimiza o tempo de análise. Isso elimina a necessidade de enviar amostras de solo seco ao laboratório, aumentando significativamente as áreas que podem ser avaliadas em menor tempo. Naturalmente, isso também reduz os custos”, afirma.
Outra vantagem está na facilidade de uso, podendo a coleta de dados ser feita pelo produtor rural. “Apesar de que a interpretação correta dos resultados requeira conhecimentos específicos, o equipamento possui uma interface amigável que permite que um operador seja habilitado com um rápido treinamento”, ressalta Anunciato.
O protótipo teve custo de R$ 5 mil e foi desenvolvido pelos pesquisadores Raimundo Nonato de Assis Junior, Roberto Nunes Maia, Elivânia Maria Sousa Nascimento, Lucas de Sousa Oliveira, Manoel Maurício Martins Maia, Gerson Almeida Ribeiro, e Daniel Campelo de Oliveira Gurgel. Com mais esse invento, o Centro de Ciências Agrárias da UFC soma 20 patentes.
Por Cristiane Pimentel/Agência UFC
Leia também| Roberto Galvão comemora 60 anos de arte com obras inéditas no Mauc