O Porto do Mucuripe, em Fortaleza foi arrematado, por meio de leilão, realizado nesta sexta-feira (13/08). Outras duas áreas portuárias para movimentação de cargas também foram leiloadas: em Santana (AP) e Salvador (BA). Sob responsabilidade da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o certame foi realizado na B3 – Bolsa, Brasil e Balcão, em São Paulo. Apenas a área do Porto de Salvador teve concorrência.
O lote do terminal portuário de Salvador recebeu três lances, sendo o maior deles de R$ 15,2 milhões, feito pela empresa Wilson Sons. Com a disputa por viva-voz, os lances cresceram, chegando ao valor de arremate de R$ 32 milhões, feito pela empresa Intermarítima Portos e Logística.
A área arrendada do Porto de Salvador tem mais de 16,7 mil metros quadrados e um prazo contratual de 10 anos. A movimentação total de carga é de 842,4 mil toneladas. O local será usado para movimentação de carga geral, de projeto ou de contêineres.
Em Fortaleza, a área de 6 mil metros quadrados foi arrematada por R$ 1 milhão pela empresa Tergran. O prazo contratual também é de 25 anos, com um volume de carga total de 14,8 milhões de toneladas. A área servirá para movimentação de granéis sólidos vegetais, especialmente trigo em grãos.
O Porto do Fortaleza, também conhecido como Porto do Mucuripe, é um dos terminais marítimos mais importantes e estratégicos do País. A localização privilegiada (na enseada do Mucuripe, em Fortaleza, no estado do Ceará) o mantém em proximidade com os mercados da América do Norte e Europa, permitindo o atendimento a empresas de navegação com linhas regulares destinadas a portos dos Estados Unidos, Canadá, América Central, Caribe, Europa, África e países do Mercosul, além de itinerários para os demais portos brasileiros a partir da navegação de cabotagem.
A área no Porto de Santana para movimentação de granéis sólidos vegetais, especialmente farelo de soja, teve proposta única e foi arrematada por 5,850 milhões pela empresa Caramuru. De acordo com a Antaq, trata-se de uma área de 3.186,74 metros quadrados, com um prazo contratual de 25 anos. A movimentação é de 4,3 milhões de toneladas.
O ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, destacou que o governo federal realizou 74 leilões em 2 anos e meio, com R$ 80 bilhões de investimentos contratados. Ele apontou que, no caso dos leilões em portos, os recursos reunidos serão repassados para as autoridades portuárias, sendo usados para resolver passivos. “Para fazermos o passo seguinte que é a desestatização das companhias.”
O diretor da Antaq, Eduardo Nery, considerou o leilão um “sucesso”. “Divulgamos os números de movimentação de cargas no primeiro semestre de 2021 e já observamos crescimento de mais de 9,5% em relação a 2020”, destacou o diretor. Ele lembrou ainda que o setor portuário cresceu quase 50% nos últimos 11 anos.
De acordo com o ministro, outros nove leilões devem ser feitos ainda em 2021.
O secretário nacional de Portos e Transportes, Diogo Piloni, destacou o fato de este ser o primeiro arrendamento simplificado o que “é um grande passo para o setor.” Também participaram do evento, o ministro da Cidadania, João Roma, e a secretária especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Martha Seillier.
*Por Camila Maciel – Repórter da Agência Brasil – São Paulo
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