O mercado financeiro divulgou o boletim semanal com os números que refletem as expectativas dos analistas financeiros para os principais indicadores da economia, no Brasil. E as previsões continuam pessimistas. A estimativa de inflação anual teve a 27ª elevação seguida, com aumento da projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, de 8,51% para 8,59%. A estimativa está no Boletim Focus divulgado pelo Banco Central (BC), nesta segunda-feira (11/10),.
O câmbio do dólar, que teve previsão de fechamento do ano sendo negociado a R$ 5,20 há duas semanas, teve previsão de aumento para R$ 5,25 na semana passada e agora, segundo os analistas que aumentar a previsão pela segunda semana consecutiva, deve ser cotado no fim de 2021 a R$ 5,27.
Para 2022, a estimativa de inflação teve o segundo aumento e passou de de 4,14% para 4,17%. Para 2023 e 2024, as previsões permanecem as mesmas: 3,25% e 3%, respectivamente.
Para 2022 e 2023 as metas são 3,25% e 3%, respectivamente, com o mesmo intervalo de tolerância.
Previsão para crescimento da economia é de 5,04% em 2021
Em setembro, a inflação medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) teve aumento de 1,16%, 0,29 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de 0,87% registrada em agosto. Essa foi a maior variação para um mês de setembro desde 1994, quando o índice foi de 1,53%. No ano, o IPCA acumula alta de 6,90% e, nos últimos 12 meses, de 10,25%, acima dos 9,68% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2020, a variação mensal havia sido de 0,64%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em setembro. O maior impacto (0,41 p.p.) e a maior variação (2,56%) vieram de Habitação, que acelerou em relação a agosto (0,68%) puxada, principalmente pelo aumento de 6,47% da energia elétrica, em virtude da bandeira de escassez hídrica. Na sequência, vieram Transportes (1,82%) e Alimentação e Bebidas (1,02%), cujos impactos foram de 0,38 p.p. e 0,21 p.p. respectivamente. Esses três grupos contribuíram, conjuntamente, com cerca de 86% do resultado de setembro (1,0 p.p. do total de 1,16). Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,01% em Educação e a alta de 0,90% em Artigos de residência.
O gerente do IPCA/INPC do IBGE, Pedro Kislanov, apresenta os dados referentes ao aumento na taxa de inflação no Brasil, em 2021.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 1,20% em setembro, também o maior resultado para o mês desde 1994. No ano, o indicador acumula elevação de 7,21% e, em 12 meses, de 10,78%, acima dos 10,42% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2020, a taxa foi de 0,87%.
Os produtos alimentícios subiram 0,94% em setembro, ficando abaixo da variação observada em agosto (1,29%). Já os não alimentícios tiveram alta de 1,28%, enquanto em agosto haviam registrado 0,75%.
Todas as áreas registraram alta nos preços em setembro. O maior resultado foi registrado na região metropolitana de Curitiba (1,65%), influenciado pelas altas nos preços da energia elétrica (6,80%) e da gasolina (4,91%). Já o menor foi observado no município de Goiânia (0,79%), onde pesaram as quedas nos preços das carnes (-1,65%).
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Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, que foi elevada neste mês de 5,25% ao ano para 6,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Ao anunciar a decisão, o Copom já sinalizou que pretende elevar a Selic em mais um ponto percentual na próxima reunião, marcada para o fim de outubro.
As projeções do BC para a inflação também estão ligeiramente acima da meta para 2022 e ao redor da meta para 2023. Isso reforça a decisão da autarquia de manter a política contracionista de elevação dos juros.
Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2021 em 8,25% ao ano, mesma projeção da semana passada. Para o fim de 2022, a estimativa é de que a taxa básica suba de 8,5% ao ano para 8,75% ao ano, é o segundo aumento seguido. Para 2023, o mercado reduziu a projeção da taxa de 6,75% ao ano para 6,5% ano ano. Para 2024, a previsão se manteve estável em 6,5% ao ano.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a recuperação da economia. Além disso, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
As instituições financeiras consultadas pelo BC mantiveram a projeção para o crescimento da economia brasileira este ano em 5,04%. Para 2022, a expectativa para Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 1,49%, menor que na semana passada, quando a expectativa era de aumento de 1,54. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2,2% e 2,46%, respectivamente.
Com informações do BC e IBGE
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