

Lewandowski afirma não ter sido comunicado sobre operação policial no Complexo do Alemão | Foto: Jose Lucena/TheNewsS2/Estadão Conteúdo
28 de outubro de 2025 — O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, negou nesta terça-feira (28) ter recebido qualquer solicitação do governador Cláudio Castro (PL) para a realização da megaoperação da Polícia do Rio de Janeiro nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte da capital fluminense. A ação, considerada a maior da história do estado, deixou ao menos 64 mortos, incluindo quatro policiais.
“Não recebi nenhum pedido do governador do Rio de Janeiro, enquanto ministro da Justiça e Segurança Pública, para esta operação. Nem ontem e nem hoje. Absolutamente nada”, afirmou Lewandowski em entrevista coletiva na Assembleia Legislativa do Ceará, onde recebeu o título de cidadão cearense, em solenidade realizada nesta terça-feira (28).
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De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública do estado, o objetivo da megaoperação era conter a expansão territorial do Comando Vermelho (CV) e prender lideranças criminosas com atuação no Rio e em outros estados. A ação visava o cumprimento de 100 mandados de prisão, sendo 30 deles fora do território fluminense.
O balanço oficial aponta 64 mortos — 60 suspeitos e quatro policiais, sendo dois civis e dois do Bope — e 81 prisões. A operação ainda está em andamento e os números podem ser atualizados nas próximas horas.
O governo estadual classifica a ofensiva como a maior dos últimos 15 anos, com intensa mobilização das forças de segurança.
Mais cedo, o governador Cláudio Castro afirmou que o governo federal negou apoio logístico, incluindo o empréstimo de blindados militares, alegando a ausência de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Segundo ele, “o estado estava sozinho” na operação.
Após a declaração, Castro ligou para a ministra Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, para afirmar que não teve intenção de criticar o presidente Lula. O governador explicou que chegou a solicitar empréstimos de equipamentos, mas foi informado de que sem GLO em vigor não é possível liberar o uso de blindados.
Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) rebateu as declarações do governador, afirmando que atendeu a todos os 11 pedidos de renovação de apoio feitos pelo governo do Rio e que mantém a Força Nacional de Segurança Pública no estado desde outubro de 2023, com atuação garantida até dezembro de 2025.
A equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia que Castro tenta “transferir responsabilidade” para o governo federal, uma vez que nenhum pedido formal de GLO foi feito. Segundo auxiliares de Lula, a decretação da medida implica o reconhecimento formal de que as forças estaduais não conseguem manter a ordem — o que não ocorreu.
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