As férias escolares representam um período de descanso e diversão para muitas famílias, mas para aquelas que têm crianças autistas, essa mudança na rotina pode ser um desafio. A interrupção das atividades regulares, a falta de estrutura e a sensação de imprevisibilidade podem impactar negativamente o bem-estar e o desenvolvimento dessas crianças.
De acordo com Daniela Botelho, presidente da Associação Fortaleza Azul (FAZ) e mãe de autista, crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), em sua maioria, dependem de rotinas estruturadas para se sentirem seguras e confortáveis. A transição para as férias pode causar ansiedade, dificuldades de adaptação e até mesmo regressão em habilidades conquistadas.
No período das férias é comum as atividades e terapias, que fazem parte da rotina dessas crianças, serem interrompidas por conta de viagens, por exemplo. Isso inclui a terapia ocupacional, a fonoaudiologia, a psicoterapia e até mesmo a escola, onde elas têm contato com professores e colegas que as entendem e fornecem um ambiente inclusivo.
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“Quando isso acontecer, é fundamental que os pais e cuidadores de crianças autistas sejam apoiados e tenham recursos disponíveis para ajudar a minimizar os impactos da mudança na rotina durante as férias. É importante lembrar que cada criança é única e tem suas necessidades específicas. Portanto, as estratégias de suporte devem ser adaptadas a cada caso”, lembra Daniele Botelho.
Estabelecer uma nova rotina adaptada ao período de férias, manter atividades estruturadas, como passeios, brincadeiras e interações sociais, e oferecer apoio emocional podem ajudar a tornar a transição mais tranquila para a criança autista e sua família. “É importante fazer um planejamento antecipado e ter uma conversa clara com a criança”, alerta Daniele.
Em caso de dúvidas, é importante que a família busque ajuda especializada para garantir que as crianças autistas tenham um ambiente seguro, estimulante e inclusivo. Além disso, é fundamental que a sociedade se sensibilize e compreenda as necessidades das crianças autistas e de suas famílias durante esse período. “A inclusão e o respeito são fundamentais para que essas crianças possam aproveitar as suas férias de forma adequada, sem barreiras e estigmas. É direito delas”, frisa a presidente da Fundação Fortaleza Azul.
A psicóloga Talita Costa destaca que as férias podem ter impacto significativo, sejam eles negativos ou positivos. “Crianças que estão dentro do Espectro do Autismo podem ter dificuldades com a mudança na rotina e com a adaptação a novos ambientes e situações. É importante que as famílias e terapeutas se preparem com antecedência, criando uma nova rotina e estabelecendo previsibilidade para a criança autista. Essa previsão pode ser feita com recursos visuais como quadro de rotina dos passeios, história social sobre as férias e calendário”.
Segundo a psicopedagoga Isla Silva, é importante levar em consideração as necessidades individuais da criança ao planejar atividades e passeios durante as férias. “As férias podem ser uma experiência positiva para pessoas autistas e suas famílias, com planejamento e atenção às necessidades individuais”.
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Em Fortaleza, além do trabalho de acolhimento e inclusão junto às pessoas autistas e suas famílias, a FAZ, em parceria com profissionais de saúde, entidades governamentais e empresas, busca realizar ações que levem informações acerca do TEA para a população geral, para que, a partir do conhecimento possam se conscientizar e diminuir os estigmas sobre as pessoas que possuem a condição.
Para os interessados em falar com a Associação, seguem os contatos: (85) 98186-4552 ou associacaofortalezaazul@gmail.com. Visite também as redes sociais:
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