

Membros da unidade especial da polícia militar se reúnem para deter suspeitos de tráfico de drogas durante uma operação policial contra o tráfico de entorpecentes na favela da Penha, no Rio de Janeiro, Brasil, em 28 de outubro de 2025. REUTERS/Aline Massuca
29 de outubro de 2025 — A megaoperação realizada nesta terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, marcou um dia inédito na história da segurança pública do estado. A ação das forças policiais, batizada de Operação Contenção, deixou pelo menos 64 mortos e teve como objetivo cumprir 51 mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV).
A operação superou todos os recordes anteriores de letalidade, ultrapassando as incursões do Jacarezinho (2021), com 28 mortos, e da Penha (2022), que teve 23 vítimas. O confronto se estendeu por mais de 12 horas, com a facção criminosa utilizando drones para lançar granadas contra policiais e promovendo bloqueios coordenados em 35 vias importantes da Região Metropolitana, o que paralisou a cidade e dificultou o retorno de milhões de pessoas para casa.
Entre os alvos da operação estava Edgar Alves de Andrade, o Doca, uma das principais lideranças do CV fora dos presídios. A ação mobilizou 2.500 agentes de segurança, incluindo forças da Polícia Civil e Militar, e teve como base uma investigação de um ano conduzida pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).
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A expectativa inicial das forças policiais era de uma operação de rotina, ainda que de alto risco. No entanto, a forte reação dos criminosos e as mortes de policiais — dois civis e dois militares do Bope — ampliaram os confrontos, levando a incursões em áreas de mata onde traficantes tentaram se refugiar.
O balanço final da Operação Contenção registrou 81 presos e 93 fuzis apreendidos, uma das maiores apreensões do ano. Em comparação, a polícia do Rio costuma retirar cerca de 65 armas longas por mês das mãos do crime organizado.
O crescimento econômico do CV, impulsionado por novas parcerias interestaduais e internacionais, consolidou sua atuação no tráfico de drogas e armas. Atualmente, criminosos oriundos de pelo menos dez estados brasileiros integram a estrutura da facção nos complexos da Penha, do Alemão e na Rocinha.
A expansão territorial tem sido expressiva desde 2022. Mais de 20 favelas foram invadidas — algumas antes dominadas por milícias —, configurando o maior avanço do Comando Vermelho desde os anos 1990. Regiões que circundam a Floresta da Tijuca, como Lins, Praça Seca, Tijuca e Jacarepaguá, estão hoje sob influência da facção, que agora mira a retomada da comunidade de Antares, em Santa Cruz.
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