Campanha "Março Azul-Marinho" alerta para realização do rastreamento | Foto: divulgação
O câncer colorretal é um dos mais comuns e letais em todo o mundo, mas enfrenta desafios significativos para prevenção devido a tabus e desinformação. No Brasil, é o segundo mais frequente tanto entre homens quanto mulheres, com incidências de 9,2% e 9,7%, respectivamente. Em 2024, o câncer colorretal foi responsável pela maior mortalidade entre os tumores do sistema digestivo no país, com 9.942 óbitos, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
A doença se origina no intestino grosso e frequentemente começa com o desenvolvimento de pólipos, lesões benignas que podem evoluir para tumores malignos se não forem removidas a tempo. Cerca de 90% dos casos afetam pessoas com mais de 45 anos, tornando a realização da colonoscopia – exame preventivo essencial – crucial para detectar precocemente a doença.
Nos últimos anos, a incidência de câncer colorretal em jovens tem aumentado, o que reforça a importância da conscientização e prevenção, especialmente por meio da campanha “Março Azul-Marinho”. O objetivo é sensibilizar adultos e idosos sobre a importância dos exames preventivos.
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“A colonoscopia é fundamental para identificar e remover pólipos com risco de se tornarem malignos, o que torna esse exame crucial para a prevenção”, explica Marcelo Amade Camargo, coordenador de endoscopia digestiva e diretor clínico do Hospital e Maternidade São Luiz Campinas. De 2023 a 2025, estima-se que o Brasil registre cerca de 45.630 novos casos de câncer colorretal, com uma taxa de incidência de 21,1 diagnósticos a cada 100 mil habitantes.
Fatores como histórico familiar, obesidade, sedentarismo, tabagismo, consumo excessivo de álcool e dietas ricas em carnes vermelhas e alimentos processados aumentam o risco de desenvolvimento da doença.
“O câncer colorretal é muitas vezes silencioso na fase inicial, o que torna o rastreamento preventivo essencial, mesmo sem sintomas aparentes”, acrescenta Camargo.
A colonoscopia é um exame fundamental para detectar e remover lesões suspeitas no intestino. Quando realizado regularmente, o rastreamento tem se mostrado eficaz na redução da mortalidade por câncer colorretal. Nos Estados Unidos, onde o rastreamento é amplamente praticado, entre 60% e 65% da população de meia-idade está em dia com o exame preventivo.
No Brasil, a adesão ao exame ainda é baixa, apesar dos avanços na conscientização e no acesso ao procedimento. “Muitas pessoas ainda evitam a colonoscopia devido ao medo ou à falta de informação. No entanto, é um exame seguro, bem tolerado e altamente eficaz. Embora a preparação possa causar algum desconforto, os benefícios superam qualquer incômodo”, destaca o especialista.
Deixar de realizar a colonoscopia pode resultar no avanço da doença, o que exige tratamentos mais agressivos e com menores chances de sucesso. “A recomendação geral é que o rastreamento comece aos 45 anos. Para quem tem histórico de síndromes genéticas, doenças inflamatórias intestinais ou familiares com câncer de intestino ou reto, o ideal é começar antes”, orienta o médico.
A prevenção do câncer colorretal também envolve a adoção de hábitos saudáveis, como uma alimentação balanceada, rica em frutas e fibras, prática regular de atividades físicas e a redução do consumo de álcool, cigarro e alimentos processados.
“Superar o medo e os tabus relacionados à colonoscopia pode salvar vidas. Quanto mais cedo a doença for detectada, maiores são as chances de tratamento eficaz e cura”, finaliza o Dr. Marcelo Amade Camargo.
O Hospital e Maternidade São Luiz Campinas, unidade da Rede D’Or, é um dos maiores hospitais privados do interior paulista, com uma estrutura de 47 mil metros quadrados, oferecendo atendimento completo em saúde. A instituição conta com pronto-socorro adulto e pediátrico, UTIs, centro cirúrgico e um setor de endoscopia digestiva com equipamentos de última geração, além de diversas especialidades médicas, como gastroenterologia, proctologia e oncologia.
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