

Primeira imagem direta de exoplaneta desconhecido | Foto: AM Lagrange et al/JWST/ESO/Divulgação via REUTERS
25 de junho de 2025 – O Telescópio Espacial James Webb, que desde seu lançamento em 2021 tem revolucionado o conhecimento sobre o universo primitivo, acaba de alcançar mais um marco histórico: descobriu um exoplaneta nunca antes identificado, por meio de imagem direta — uma das formas mais difíceis e raras de detecção.
A nova descoberta trata-se de um planeta gigante gasoso, com tamanho aproximado ao de Saturno, orbitando uma estrela menor que o Sol na constelação de Antlia, a cerca de 110 anos-luz da Terra. Essa é a primeira vez que o Webb identifica um planeta não conhecido anteriormente, o que demonstra a sensibilidade sem precedentes dos seus instrumentos.
A maioria dos quase 5.900 exoplanetas descobertos desde a década de 1990 foi detectada por métodos indiretos, como o trânsito, em que a luz de uma estrela diminui quando o planeta passa em sua frente. Menos de 2% desses planetas foram fotografados diretamente. O novo registro do Webb representa uma virada significativa nessa estatística.
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O planeta descoberto é o menos massivo já fotografado diretamente — cerca de 10 vezes menos massivo que o menor já registrado anteriormente por imagem direta. O feito foi possível com o uso de um coronógrafo francês acoplado ao Instrumento de Infravermelho Médio (MIRI), que bloqueia a luz intensa da estrela para permitir a visualização de objetos próximos.
“O Webb abre uma nova janela em termos de massa e distância dos planetas em relação a suas estrelas”, explicou a astrônoma Anne-Marie Lagrange, autora principal do estudo publicado na Nature. Segundo ela, a descoberta é essencial para entender a diversidade e a formação dos sistemas exoplanetários.
O planeta recém-descoberto orbita a estrela TWA 7, a uma distância 52 vezes maior do que a Terra está do Sol — um intervalo que supera até a órbita de Netuno, o planeta mais afastado do nosso sistema. Tanto a estrela quanto o planeta são extremamente jovens, com cerca de 6 milhões de anos, frente aos 4,5 bilhões de anos do nosso sistema solar.
Ainda não se sabe a composição atmosférica do exoplaneta, e também é incerta a possibilidade de ele ainda estar acumulando massa. Apesar de ser considerado pequeno para os padrões de imagem direta, ele ainda é muito maior que a Terra, e não é um candidato viável na busca por vida.
Segundo Lagrange, “no futuro, espero que projetos para detectar planetas do tamanho da Terra e sinais de vida se tornem realidade”. A comunidade científica já vislumbra um avanço em tecnologias capazes de capturar exoplanetas rochosos com potencial habitável.
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