O Brasil está prestes a viver a 4ª Revolução Industrial! Estas são as expectativas para 2022 com a chegada do 5G em terras brasileiras. A estimativa é que, até julho, a nova tecnologia de conexão móvel comece a ser disponibilizada nas capitais brasileiras e difundida para as demais cidades até 2029.
Realizado em novembro de 2021, o “Leilão do 5G”, considerado o maior leilão de radiofrequências da América Latina, definiu as empresas que irão operar a tecnologia 5G no Brasil. Em Fortaleza, na região da Aldeota e do bairro Dionísio Torres, aparelhos de telefonia celular compatíveis com o 5G já captam o sinal mais rápido.
Mas qual será a utilidade prática do 5G? Como ele vai impactar o nosso dia a dia?
Para o professor Raimir Holanda, da pós-graduação em Informática Aplicada da Universidade de Fortaleza (Unifor), instituição de ensino da Fundação Edson Queiroz, a tecnologia 5G será um divisor de águas quanto ao estágio de desenvolvimento de uma nação e de sua sociedade. “Países que não adotarem imediatamente esta tecnologia estarão certamente condenadas ao subdesenvolvimento”, ressalta o docente.
Segundo ele, a mais simples, imediata e abrangente das mudanças ocasionadas pelo 5G será o aumento na velocidade da conexão de dispositivos móveis, como celulares e tablets, que conseguem carregar um chip de comunicação com essa tecnologia. A promessa é de que o 5G seja até 100 vezes mais rápido que o 4G, saindo dos atuais 100 megabits por segundo para 10 gigabits por segundo com o 5G. Isso permitirá mais rapidez na transmissão de dados, por exemplo, ao baixar e enviar arquivos de celulares e mais qualidade em chamadas de vídeo, além de maior estabilidade da rede.
Outra melhoria apontada pelo professor refere-se “a uma maior eficiência energética dos equipamentos 5G, proporcionando, portanto, uma redução do consumo de energia e contribuindo para uma maior sustentabilidade”.
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A maior revolução gerada pelo 5G, no entanto, será na tão falada internet das coisas ou Internet of Things (IoT, em inglês), que pode ser definida como uma grande rede de dispositivos do nosso cotidiano (veículos, prédios, relógios, eletrodomésticos, equipamentos industriais etc.) que se conectam à internet.
“Esses objetos serão capazes de capturar informações do seu entorno, se comunicar com outros objetos, pré-processar esses dados e transmiti-los diretamente para os humanos ou para uma outra infraestrutura computacional disponível em ‘Nuvem’, por exemplo. Teremos, portanto, um modelo tecnológico que irá revolucionar a sociedade, na medida que um volume extraordinário de dados passará a ser gerado e transformado em informação”, explica Raimir Holanda.
Com o 5G, será possível, por exemplo, a criação de cidades inteligentes, que se apoiam na internet das coisas para melhorar a sustentabilidade do local e a qualidade de vida de seus habitantes. Com a possibilidade de conectar objetos, torna-se viável, por exemplo, instalar semáforos que captem as informações do trânsito e abram e fechem de acordo com o fluxo de carros e não em tempos pré-definidos.
Será possível também conectar luminárias públicas à internet para melhorar a eficiência energética e servir como ponto de geração de informações sobre o trânsito, segurança, localização de pessoas e animais perdidos, acompanhar o nível de resíduos de lixo para notificar os responsáveis sobre a coleta, entre inúmeras outras possibilidades.
Dentro de casa, a expectativa é de levar conexão aos eletrodomésticos e eletrônicos, fazendo-os “pensarem sozinhos”. Uma geladeira, por exemplo, vai poder se conectar diretamente ao fabricante para notificá-lo de algum defeito ou ser programada à distância para manter a refrigeração no nível desejado. Pesquisadores já estudam também o desenvolvimento de berços inteligentes que captam informações sobre o sono da criança. Aspiradores de pó, televisores, luzes, tudo na casa poderá estar interconectado para facilitar a vida do morador e reduzir o gasto de energia.
A tecnologia 5G também vai abrir novas possibilidades ao campus da Unifor. Além de criar novas linhas de pesquisas na área de tecnologia e gerar novos negócios, com o 5G, torna-se viável o conceito de Smart Campus. “Podemos pensar em implantar na Unifor uma infraestrutura inteligente que permita oferecer uma melhoria nos serviços prestados aos alunos”, sugere o professor Raimir Holanda.Segundo ele, as melhorias seriam criadas a partir da coleta de dados, tais como “saber qual o tempo de permanência de cada aluno na Universidade, qual o perfil destes alunos, o que eles fazem enquanto estão no campus. A partir daí, diz o professor, a Unifor pode propor atividades e serviços de acordo com o perfil de grupos de alunos, tornando assim mais prazerosa a sua permanência na Universidade. “Podemos ainda pensar em oferecer conteúdos de streaming educacional de altíssima qualidade para serem consumidos pelos alunos em seus smartphones 5G”, acrescenta Raimir Holanda.
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