Em expansão desde 2021, o cultivo de camarão em cativeiro, no Ceará, tem mudado a realidade do sertão cearense. São mais de 13 mil hectares de área produtiva, contemplando 59 municípios cearenses. Dados da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC) apontam que, entre 2012 e 2021, a carcinicultura cearense cresceu 271%. Para garantir a qualidade e o padrão na produção do crustáceo, será realizado, nos próximos dias 17 e 18 de agosto, em Acaraú, o III Seminário Biossegurança e Inovações na Cadeia de Produção da Carcinicultura.
A expectativa é reunir 200 participantes, aproximadamente, entre técnicos, estudantes, micros, pequenos e médios produtores de camarão do estado. As inscrições são gratuitas e o Seminário será realizado no formato presencial. Temas inovadores com foco na qualificação da cadeia produtiva estão na programação do Seminário. O manejo do solo para fazendas de camarão é um deles.
Para o professor do Departamento de Pesca e Aquicultura da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Luís Otávio Brito da Silva, o manejo do solo adequado incrementa a produtividade. “Tratamento da matéria orgânica do solo, uso adequado de biorremediação e controle de compostos são estratégias que os produtores devem adotar”, ressalta Luís Otávio.
>>>SIGA O YOUTUBE DO PORTAL TERRA DA LUZ <<<
Acaraú e Itarema são destaques na prática da atividade de carcinicultura no litoral oeste do Ceará. Os dois municípios somam 72 fazendas que produzem camarão em mais de 1.828 hectares. A produção na região chega a 6.580 toneladas por ano, número que favorece o fortalecimento da economia local.
Aspectos naturais contribuem para a vocação do município. O Rio Acaraú, de água escura e rico em nutrientes, ajuda a transformar o solo costeiro na melhor área biológica para a produção do crustáceo, por exemplo.
Porém, os produtores também precisam de outro aliado para garantir o aumento e qualidade da produção: a tecnologia. O uso de ferramentas de gestão para a carcinicultura é essencial, segundo o engenheiro de Pesca e consultor, Clélio Fonseca. “A eficiência de uma carcinicultura passa pela qualidade de sua gestão. Os produtores precisam conhecer as ferramentas disponíveis para uma melhor avaliação e tomada de decisão”, alerta o especialista.
Responsável por 41,7% de todo o camarão produzido no Brasil, o Ceará é líder da produção do pescado. Somente em 2022, o estado vendeu mais de 150 mil toneladas de camarão para o mercado interno. Os dados são da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC) e consolidam o estado como o maior produtor nordestino de camarão em cativeiro.
O camarão produzido no Nordeste responde pelo segundo maior volume de produção entre as espécies cultivadas no Brasil, cerca de 22,3%, conforme dados do ETENE/BNB (2022). Segundo dados do Censo da Carcinicultura 2021, da (ABCC), somente no Ceará há 1.786 produtores de camarão. Micro e pequenos produtores são maioria; 88,2%, no total. Juntos, eles são responsáveis pela geração de 67% dos empregos diretos do setor.
O III Seminário Biossegurança e Inovações na Cadeia de Produção da Carcinicultura é uma realização do Instituto Future e patrocínio do Ministério da Agricultura e Pecuária, Banco do Nordeste e Sebrae-CE.
III Seminário Biossegurança e Inovações na Cadeia de Produção da Carcinicultura
Quando: 17 e 18 de agosto de 2023
Onde: Av. Des. Armando de Souza Louzada – Sítio – Buriti. IFCE Campus de Acaraú
Hora: 8h
Leia também | Ambiental Ceará lança programa Afluentes em 11 municípios da Região Metropolitana de Fortaleza