

Meio Ambiente é cada vez mais objeto de debate no mundo corporativo. | Foto: Reprodução
O tempo tem sido benéfico com o meio ambiente. Cada vez mais, os governantes têm se intereado por todo o processo de descarbonização. De forma breve trata-se do cálculo que aponta descompassos entre emissões das empresas de CO2 e as ações que estas mesmas empresas podem desenvolver para neutralizar o impacto negativo que tais gases causam à natureza.
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Prazos para descarbonização existem e ganharam mídia após COP26 (Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas), no final de 2021, ainda sob a pandemia. O Ministério do Meio Ambiente brasileiro divulgou que a neutralização da emissão de carbono fica para 2050. A metade disso, porém, pode ser conseguida até 2030, segundo as diretrizes do órgão federal.
Esta visão de melhoria contínua, cada vez mais disseminada no ambiente corporativo de todos os portes e segmentos, já dita mudanças na forma que gestores tomam suas decisões. A sigla ESG vem do inglês Environmental, Social and Corporate Governance ou Ambiental, Social e Governança. Portanto, no Brasil, a referência pode ser ASG.
Preocupações com as práticas ESG são gatilhos indutores de ações na rotina dos negócios, influenciando decisões aparentemente simples, como, por exemplo, a busca por energia elétrica limpa, renovável, viável financeiramente e que beneficia tanto empresas como pessoas e meio ambiente.
Desde o início de 2022 o Ceará mantém uma forte movimentação no mercado deste modelo de energia, com projeções de investimentos que vão de hub de hidrogênio verde (H2) às usinas geradoras, cuja origem vem do vento ou do Sol. Os endereços da geração da energia, no estado, são variados:
· Conexões do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, local de onde devem sair projetos do H2;
· Litoral ventilado do estado (offshore e onshore), onde estão as grandes estruturas eólicas com suas turbinas e gigantescas pás em circulação constante;
· Hectares de terras do interior, pontos que abrigam as usinas solares, com suas estruturas e placas fotovoltaicas apontadas para o céu.
Para se ter uma ideia, em 2018 foi construído um complexo de usinas fotovoltaicas em Quixeré, no sertão cearense. Foram investidos R$700 milhões para uma geração de 347 GWh/ano. Segundo cálculos da Kroma Energia, empresa responsável pelo investimento, deixa-se de emitir 200 mil toneladas de CO2 ao longo de um ano, com a produção deste potencial de energia.
O próprio mercado, portanto, vai criando soluções para si, em termos de sustentabilidade. E isto está apenas começando, segundo Valério Veloso, CFO da Kroma. A empresa, cuja sede fica em Recife, Pernambuco, além de gerar e comercializar, faz a gestão estratégica de contratação de energia no chamado mercado livre para cerca de mil clientes de alto consumo elétrico: “Este é o momento para investir, afinal, no mais tardar, em quatro ou cinco anos, o Nordeste brasileiro vai dobrar a capacidade instalada de energia solar. Meu sentimento é que o Ceará vai liderar este novo ciclo de investimentos, principalmente solar”, aposta o executivo.
Ainda há muitas perguntas no horizonte. Uma destas questões passa, por exemplo, pelo armazenamento (storage) da energia solar, para potencializar sua contribuição ao ESG e seus planos de descarbonização das empresas.
“Armazenar energia solar tem tudo a ver com os veículos elétricos, com autonomia e a escala industrial para venda desses veículos. Storage é a próxima fronteira tecnológica que precisa ser rompida para que nós possamos ter nossos parques produzindo energia durante o dia, armazenando essa energia para distribuir, na rede (elétrica) ao longo da noite”, explica Veloso.
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