Líder mundial de captura e armazenamento de carbono em alto mar (offshore), a Petrobras já reinjetou 35 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2) no reservatório, e até 2025 vão ser mais 10 milhões de toneladas, totalizando 45 milhões de toneladas reinjetadas. A informação foi dada nesta segunda-feira (14/03) pelo diretor de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade da Petrobras, Rafael Chaves Santos, durante apresentação do Caderno de Mudança do Clima, com o posicionamento e iniciativas da companhia “sustentável e comprometida” com a transição para um mundo em descarbonização.
Na área do refino, a meta é chegar a 30 quilos de CO2 equivalente por carga processada em 2030, contra 39,7 quilos em 2021. Em relação à meta de metano, que era de 0,39% para 2021, a Petrobras conseguiu atingir média de intensidade de metano na produção de 0,33% no ano passado, metade do que era produzido em 2015. Para 2023, a meta se acha em revisão.
O diretor informou que a companhia estabeleceu incentivos de remuneração para que todos os executivos estejam conectados às metas de menor emissão de gases de efeito estufa (GEEs). A métrica de carbono equivale entre 5% a 15% da remuneração variável. “Se tem mais emissão, tem menor remuneração”, explicou.
Rafael Chaves Santos afirmou que a Petrobras apoia e ajuda na construção do caminho de sustentabilidade no mundo e no atingimento das metas do Acordo de Paris, que visa limitar o aumento de temperatura do planeta em longo prazo. A empresa ambiciona alcançar emissões líquidas zero nas suas operações. O acordo do clima, conhecido como COP21, foi aprovado em dezembro de 2015, em Paris, e entrou em vigor em 2016. Seu principal objetivo é reduzir as emissões de gases de efeito estufa para limitar o aumento médio de temperatura global a 1,5ºC.
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A Petrobras resume em cinco pontos como contribui para um mundo em transição energética, isto é, um mundo em descarbonização. O primeiro ponto é que a companhia contribui extraindo petróleo de baixo carbono na costa brasileira, em águas profundas e ultraprofundas, na área do pré-sal. O diretor lembrou que a exploração de petróleo é importante para o Brasil porque gera renda, impostos e valor para a empresa e para a sociedade nacional. “A gente tem que transformar os nossos recursos em riqueza. Esses recursos ajudam a financiar a transição energética”, disse.
Rafael Chaves Santos informou que a Petrobras entrega menos de 3% do consumo global de petróleo. “A transição energética vai ser gradual, o mundo vai continuar precisando de petróleo nas próximas décadas, e a Petrobras vai entregar o barril de petróleo mais resiliente, com baixo custo de produção e com baixa emissão, afirmou.
Os ativos do pré-sal que a Petrobras trabalha têm pouco menos de 10 quilos de gás carbônico equivalente por barril produzido, contra a média mundial, que é próxima de 20 quilos, o que aumenta em cerca de 70% a intensidade de emissão de carbono.
Para a Petrobras e o Brasil, é importante que o petróleo do pré-sal seja produzido porque é um barril resiliente, do ponto de vista de clima, com pouca emissão de CO2. Rafael Chaves Santos salientou que o petróleo do pré-sal brasileiro é duplamente resiliente por seu “baixo custo e baixa emissão de carbono”.
Em relação ao fornecimento de gás para energia, o diretor disse que o Brasil e a França são os dois países com matriz energética de menor intensidade de carbono. Para não comprometer a geração de eletricidade, lembrou que no ano passado, quando os reservatórios estavam baixos, a Petrobras produziu gás natural e levou esse gás para as termelétricas. “Isso faz com que a nossa matriz, com alto percentual de renováveis, seja uma matriz sustentável, que tenha confiabilidade”.
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O Caderno de Mudança de Clima assegura que a Petrobras busca sempre novos produtos de baixa intensidade de carbono. Na matriz de transporte, por exemplo, quase um quarto da queima é de biocombustível, como etanol e biodiesel. “A Petrobras apoia essa matriz limpa. E a gente entende que é a forma adequada de fazer a transição energética, misturando combustível fóssil com combustível renovável para ter um transporte com menor emissão de gases de efeito estufa”, disse o diretor.
O diretor Rafael Chaves Santos lembrou também o papel da pesquisa e desenvolvimento , que traz soluções para baixo carbono, como a tecnologia Hisep, desenvolvida pelo Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), que separa o gás e reinjeta o CO2 em reservatórios no fundo do mar ou embaixo da terra, em vez de ir para a atmosfera.
“A tecnologia também possibilita a gente ter óleo aliado à baixa emissão. Melhora em torno de 4% a intensidade de carbono na operação”. Essa foi uma das soluções desenvolvidas pela Petrobras que, em 2021, registrou 118 patentes de tecnologias próprias.
Na área de projetos socioambientais, o diretor informou que a empresa apoia direta e indiretamente uma série de iniciativas de reflorestamento e preservação de florestas que abrange um terço do território nacional.
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Energia nuclear, hidrogênio, mineração submarina, iniciativas geotérmicas, fazenda solar no mar, eólicas offshore são alguns caminhos alternativos que estão em avaliação pelos executivos da companhia para geração de valor para a Petrobras. O próximo plano estratégico já deve conter a resposta sobre as oportunidades de diversificação de negócios.
Uma governança multidisciplinar está avaliando as múltiplas opções sob o olhar financeiro, de tecnologia, de pesquisa e inovação, industrial, de geologia, de refino. “Tem que ter dois pré-requisitos para ser um segundo motor de valor na Petrobras”, disse o diretor, acrescentando que “o primeiro é ser um bom negócio e o segundo é a Petrobras ser a melhor operadora daquele negócio”.
Segundo Rafael Chaves Santos, a Petrobras é boa em projetos de larga escala, com grande desafio tecnológico e de engenharia, com boa gestão de risco que precise processar a informação rapidamente. Além disso, o projeto tem que ser rentável, obedecendo a uma disciplina de capital bem desenhada, e com bom retorno para a sociedade. Segundo Chaves, de cada centavo de dólar ou de real, 70% retornam para a sociedade.
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O presidente da Petrobras, Joaquim Lula e Silva, disse que mitigar o problema do clima é uma demanda global, necessária e urgente. “A Petrobras se alia aos governos, organismos multilaterais, instituições não governamentais e corporações responsáveis na construção das soluções para um planeta convergente às ambições de Paris”.
Luna e Silva informou que o mundo consome hoje o equivalente, em energia, a 100 bilhões de barris de petróleo por ano, sendo a maioria oriunda de petróleo (31%), gás natural (23%) e carvão (26%). Elelembrou que o tema é complexo porque existem muitas rotas de descarbonização que reduzem as emissões de gases de efeito estufa (GEEs) de forma equivalente, mas apresentam implicações econômicas e sociais distintas.
Segundo Luna e Silva, a Petrobras acredita ser possível promover o desenvolvimento econômico, social e ambiental de forma concomitante. Para isso, a companhia investe recursos e tecnologia na produção de petróleo de baixo carbono no Brasil, visando uma transição energética responsável, com a ampliação de fontes renováveis na matriz elétrica nacional e em produtos e negócios de menor intensidade de carbono, afirmou. O presidente da estatal disse, ainda, que a empresa é comprometida com um mundo em descarbonização.
Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro
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