Xi Jinping e Donald Trump | Foto: reprodução/Folha de São Paulo
A China voltou a pressionar os Estados Unidos para que eliminem completamente as tarifas recíprocas impostas durante a guerra comercial entre os dois países. A declaração foi feita neste domingo (13) por um porta-voz do Ministério do Comércio chinês, em resposta à decisão do governo Donald Trump de isentar temporariamente celulares, computadores e outros eletrônicos das tarifas de importação.
Segundo o comunicado oficial, o gesto americano foi considerado um “pequeno passo”, e a China ainda está avaliando os impactos práticos da medida. “Instamos os Estados Unidos a tomarem medidas importantes para corrigir seus erros, eliminar completamente a prática errônea de tarifas recíprocas e voltar ao caminho certo do respeito mútuo”, declarou o porta-voz.
A decisão de isenção foi anunciada pela Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA na última sexta-feira (11), e inclui 20 categorias de produtos, entre elas celulares, laptops, semicondutores, chips de memória e monitores de tela plana. A medida beneficia gigantes da tecnologia como Apple, Nvidia e Dell, todas com produção significativa na China.
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Apesar do alívio momentâneo, o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmou neste domingo que a isenção é apenas temporária. Segundo ele, os produtos eletrônicos farão parte de um novo pacote de tarifas específicas para o setor de semicondutores, que será implementado nos próximos meses.
“Esses produtos serão parte das tarifas setoriais que estão por vir. Vamos nos certificar que esses itens sejam repatriados, como já fizemos com automóveis e produtos farmacêuticos”, declarou Lutnick. Ele reforçou ainda que a estratégia visa reduzir a dependência dos EUA em relação à China e ampliar a produção nacional de itens considerados estratégicos.
Atualmente, a maioria dos produtos chineses enfrenta uma tarifa média de 145% para ingressar no mercado norte-americano. Mesmo com a isenção anunciada, os smartphones seguem como a principal importação da China para os EUA, movimentando US$ 41,7 bilhões em 2024, seguidos por laptops, com US$ 33,1 bilhões, segundo o US Census Bureau.
Especialistas do setor veem a isenção como positiva, especialmente para investidores de tecnologia. Analistas da Wedbush classificaram a decisão como “a melhor notícia possível” para o mercado, segundo a CNN. Já a Bloomberg destacou que o impacto da medida poderá ser sentido no bolso do consumidor americano, com uma possível redução de preços.
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