

O movimento acompanha o avanço global de plataformas digitais como o Airbnb | Foto: reprodução
05 de outubro de 2025 – O aluguel de temporada está em franca expansão no Brasil e já se consolida como uma das principais tendências do mercado imobiliário. Antes restrito a destinos turísticos e litorâneos, o modelo agora conquista espaço em grandes centros urbanos, impulsionado pelo trabalho remoto, pela busca por experiências diferenciadas e pela rentabilidade superior ao aluguel tradicional.
Um levantamento da Brain Inteligência Estratégica mostra que o aluguel por temporada já representa 7% das moradias em Florianópolis, 6,3% em Curitiba, 5,6% em Porto Alegre, 3,7% em São Paulo e 2,8% em Recife.
O movimento acompanha o avanço global de plataformas digitais como o Airbnb, que soma 5 milhões de anfitriões, 2 bilhões de hóspedes e US$ 300 bilhões pagos a proprietários em todo o mundo. O Brasil ocupa o 3º lugar no ranking mundial de anfitriões, reforçando o apelo do setor entre investidores nacionais.
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De acordo com estudo do FGV IBRE em parceria com o QuintoAndar, a rentabilidade média do aluguel residencial nas principais regiões metropolitanas do país chegou a 19,1% ao ano, somando 12,9% de valorização imobiliária e 6,2% de ganhos com aluguel.
Um apartamento de 50 m², comprado por R$ 365 mil no início de 2024, teria rendido quase R$ 70 mil em um ano, combinando valorização e renda com locação.
O cenário de juros altos e crédito imobiliário limitado também favorece o aumento da demanda por imóveis de aluguel, criando terreno fértil para modelos como o short stay (curta duração) e o long stay (média duração).
Empresas do setor imobiliário vêm apostando fortemente no segmento. A Parkside, de Florianópolis, já opera três empreendimentos voltados ao aluguel de temporada e prepara novos lançamentos com investimento de R$ 120 milhões.
Segundo o CEO Alexandre Victor Muller Filho, o modelo híbrido que combina contratos curtos e longos “é uma tendência irreversível”.
As fintechs também avançam nesse mercado. A Makasí, especializada em crédito para construtoras, já destina 5% da sua carteira ao aluguel de temporada e prevê chegar a 10% até o fim do ano. “Esse tipo de investimento oferece retorno mais rápido e uso intensivo de tecnologia construtiva para acelerar o payback”, explica o CEO Caio Bonatto.
Para investidores individuais, o aluguel de temporada pode garantir rentabilidade maior, mas exige gestão ativa e atenção aos custos.
Segundo Rômulo Villela, do Canal do Anfitrião, “o aluguel tradicional é como a renda fixa — seguro, mas com ganhos menores. Já o aluguel por temporada é como a renda variável — mais lucrativo, mas também mais arriscado”.
Os imóveis precisam ser mobiliados e equipados, e as despesas incluem condomínio, IPTU, internet, limpeza e manutenção, além das taxas cobradas por plataformas. A localização também é fator decisivo: enquanto Florianópolis e Recife vivem alta demanda, São Paulo já apresenta sinais de saturação.
A Lei do Inquilinato (8.245/91) permite a locação por temporada com contratos de até 90 dias, mas discussões jurídicas sobre convivência em condomínios continuam.
O advogado Marcos Vinicius Poliszezuk lembra que “o desafio é equilibrar o direito de propriedade e a segurança coletiva nos edifícios residenciais”.
Para o futuro, especialistas preveem estabilização da oferta, expansão do crédito e profissionalização da gestão. “O setor vai amadurecer e consolidar-se como uma alternativa sólida de investimento imobiliário”, avalia Bonatto, da Makasí.
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