No último mês de Agosto, parte do Brasil foi surpreendida por um apagão. Dentro de um cenário histórico de crise hídrica, que ocasionou apagões no passado recente, e no qual as energias eólica e solar são intermitentes, faz-se necessário atentar para o uso dos geradores de energia emergencial, que tanto podem ser vistos como fontes emergenciais de energia, evitando prejuízos à vida bem como financeiros, como uma forma de garantir mais economia no dia a dia da produção.
O apagão que ocorreu em meados do último Agosto, fez com que, em dez minutos, a carga do sistema elétrico brasileiro caísse 25,9%. Traduzindo isso em prejuízos para, por exemplo, pequenos e grandes negócios, o turismo, entre outros, fica um questionamento: quanto custa a não energia? É fácil saber quanto se paga pela energia. Tanto pessoas físicas quanto empresas, por exemplo, recebem mensalmente da concessionária o valor pelo uso no mês anterior. Mas quando falta energia, quanto custa esse prejuízo?
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Pensemos, por exemplo, em um hotel com 50 quartos, sendo que 20 deles estão ocupados. Se falta energia nesse hotel, quanto seria o prejuízo do proprietário? E quanto seria o prejuízo de quem está hospedado para viver uma experiência que depende obrigatoriamente de energia elétrica?
Essa situação específica já dá uma ideia de como a falta de energia pode ser danosa, imagine então quanto custa para um país e para a sua população a falta de energia em escala maior, como a que ocorreu nesta terça e em outros apagões nos últimos anos.
Dentro desse cenário, os geradores de energia são imprescindíveis para quem precisa de energia emergencial em momentos cruciais de produtividade, conservação de estoques, garantia de energia elétrica em eventos e, principalmente, em unidades hospitalares, pois nestas, além do prejuízo financeiro, há o risco de prejuízo às vidas.
Luiz Antonio Trotta, proprietário da DCDN, empresa sediada em Fortaleza, com com atuação em estados do Nordeste e que atua nos mercados de energia elétrica, marítimo, agrícola, construção e automotivos, destaca a força desse mercado. A DCDN é responsável, por exemplo, por toda a base de energia da Ilha de Fernando de Noronha, tendo assumido o desafio após um apagão na ilha, ocorrido há mais de 10 anos.
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Pelo menos 70% da energia gerada hoje no Brasil é hidráulica. Ela é a energia base do país (exemplo disso são as usinas hidrelétricas de Itaipu e de Belo Monte). A energia hidráulica vem de uma fonte renovável (a água), só que para se construir mais usinas hidráulicas, é necessário possuir mais reservatórios, e esses reservatórios têm custos: o social, pois famílias dependem daquela região e há a possibilidade de inundação de áreas enormes; o ambiental, no qual há a destruição de fauna e flora para criação dos reservatórios; e o financeiro, pois os reservatórios são equipamentos caros. Além disso, é uma energia que, como o próprio nome diz, depende da água, então é falha diante de uma crise hídrica, por exemplo.
O potencial hidráulico brasileiro está todo na Região Norte, que não possui cargas, ou seja, não possui tantas indústrias, empresas. Grande parte da energia no país é gerada então na Região Norte e levada para o centro consumidor, a Região Sudeste especialmente, o que depende da criação de linhas de transmissão gigantes, com custos altíssimos, tanto ambientais quanto financeiros, ou seja, são vários os impactos. Assim, não há muito para onde crescer, de forma sustentável, na área hidráulica.
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Dentro desse contexto, a energia eólica e a solar são duas fontes importantes. Mas há uma situação a se observar: em outubro, por exemplo, quando é o período de maior vento na Região Nordeste, a energia eólica chega a representar 13% da matriz energética brasileira. “Mas ela pode ser considerada uma fonte de energia intermitente, ou seja, está condicionada ao vento, que ocorre em alguns períodos do ano e em outros não.
Como fonte de energia instável, intermitente, podemos incluir também a solar, que depende exclusivamente do sol. O problema é que nem todas as épocas do ano possuem sol suficiente para contar com essa energia com 100% de garantia.
Dentro desse contexto, os geradores de energia são imprescindíveis. “A gente busca uma geração para ficar no centro da carga, localizada na unidade consumidora. Vamos supor que uma empresa possua um projeto eólico, assim, ela é 100% sustentável. Só que ela depende do sistema de transmissão, ou seja, se der uma falha no sistema de transmissão, essa empresa vai ficar sem energia”, destaca Luiz Trotta.
O consumidor cativo é o cidadão comum, que compra a energia da concessionária. Funciona assim: a concessionária entra em um leilão e compra energia, que em sua maioria é hidráulica, portanto compra das usinas, mas também adquire a solar (bem menos) e a eólica. O cidadão compra então a energia. Já o consumidor livre é representado por uma negociação direta entre gerador e consumidor.
“Normalmente, ele pode fazer esse balanceamento do que vai usar, então sabe o que está usando. O nosso principal negócio é local, é aquele gerador que fica na indústria do cliente, na empresa do cliente, no comércio do cliente. Porque em uma eventual falta de energia da concessionária, a energia emergencial entra automaticamente. Esse é o nosso principal negócio: energia para emergências”, conclui Luiz.
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