

A possível inclusão das frutas tropicais na lista de produtos beneficiados é estratégica para o Ceará | Foto: divulgação/iStock
20 de novembro de 2025 – A decisão do governo dos Estados Unidos de reduzir tarifas sobre produtos agrícolas foi recebida como um possível alívio imediato para os exportadores do Ceará — desde que o Brasil esteja oficialmente incluído entre os países beneficiados. O decreto, assinado pelo presidente americano Donald Trump, contempla itens como café, carne bovina, manga, banana, castanha, coco e açaí.
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Embora o anúncio seja considerado positivo, o documento não especifica se a redução tarifária se aplica apenas aos 10% estabelecidos em abril ou se alcança também a sobretaxa adicional de 40% imposta em agosto. Também não há detalhamento sobre como será definida a diferenciação entre países contemplados.
Para Augusto Fernandes, CEO da JM Negócios Internacionais, a medida pode reabrir portas para duas das maiores cadeias de exportação brasileiras: café e carne bovina.
“São indústrias gigantes, que movimentam bilhões nos EUA. O clima era de sepultamento. Agora muda tudo”, afirma o especialista.
Com a sinalização dos EUA, Fernandes acredita que haverá uma corrida imediata por contratos e janelas logísticas, especialmente entre empresas que já possuem cargas preparadas para exportar.
A possível inclusão das frutas tropicais na lista de produtos beneficiados é estratégica para o Ceará. Hoje, cerca de 95% da manga exportada pelo Estado tem como destino o mercado norte-americano. Já a indústria do coco, pressionada pelas tarifas elevadas, operava sob risco de paralisação.
“A manga é crucial para o Ceará. E o coco evita férias coletivas em fábricas que empregam mais de mil pessoas. Para o estado, isso salva”, avalia Fernandes.
Outras culturas relevantes para a fruticultura nordestina, como mamão, laranja, abacaxi, banana e açaí, também aparecem no pacote de produtos contemplados pela medida.
Apesar do otimismo inicial, setores importantes para o Ceará ficaram de fora desta rodada de redução tarifária, como pescado, mel e calçados — segmentos que dependem fortemente do mercado norte-americano.
“É um grande fôlego, mas ainda não muda o quadro geral. Se pescado, mel e calçados entrarem, aí sim o cenário se transforma”, conclui o especialista.
Agora, o setor exportador aguarda a divulgação dos detalhes técnicos pelo governo dos Estados Unidos para calcular os impactos reais da medida sobre contratos, custos e planejamento logístico.
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