Toda boa ação realizada em benefício dos outros, sem esperar recompensa, pode ajudar a compreender de forma mais consciente o sentido da vida e fazer crescer valores como a solidariedade, a autoestima, a esperança e a empatia, além de aumentar a sensação de liberdade e a força de vontade. Esta é a ideia que move os mais de 48 mil voluntários da Nova Acrópole, escola de filosofia que possui sedes em todos continentes. Neste dia 5 de dezembro, Dia Internacional do Voluntário, data instituída pela Organização das Nações Unidas, a ONU, pessoas em todos os continentes refletem sobre o voluntariado como um caminho de altruísmo e vontade para o desenvolvimento humano.
A matemática Débora Senise começou a descobrir este caminho aos 16 anos. “Eu era uma adolescente que tinha muitos questionamentos, era muito crítica, desanimada e seguia o script de uma vida comum: estudar, passar no vestibular, trabalhar e formar uma família, contudo tinha a percepção de que havia um sentido maior de vida, algo mais profundo. Me matriculei no curso de Filosofia para Viver e fui encontrando as respostas que eu procurava e criando novas perguntas também”, conta.
O despertar para o voluntariado veio para Débora pelo exemplo de outras pessoas que convivia na escola. Começou a observar que tudo era tocado por voluntários de forma feliz e, experimentando, percebeu que gostava do sentimento altruísta. “Considero que é muito ruim o ser humano viver fechado em si mesmo, apenas no que gosta, nos seus amigos. O egocentrismo aumenta nossos dramas pessoais. Ser voluntário é sair de si mesmo e ver a necessidade de outras pessoas”, pontua.
Hoje doutoranda em Matemática e com 26 anos, ela permanece como aluna de Filosofia e atua como voluntária na Nova Acrópole como instrutora do curso e como secretária de artes da sede do Lago Sul em Brasília. Débora reflete sobre o impacto que o voluntariado tem para os jovens: “O voluntariado traz responsabilidade e nos ensina que temos a capacidade de agir, de aprender, realizar e plasmar coisas boas no mundo. Também permite se relacionar com pessoas completamente diferentes de nós, mas com um ideal em comum, uma causa maior, e vamos aprendendo uns com os outros, isso nos faz descobrir que somos capazes e gera segurança para se doar para a vida com consciência”, argumenta.
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As mais diversas atividades como a direção e as aulas das mais de 130 escolas de filosofia da Nova Acrópole no Brasil são realizadas por voluntários, além das ações humanitárias, ecológicas e sociais desenvolvidas.
Em Brasília, por exemplo, um dos projetos desenvolvidos é o Programa Criança para o Bem que há 17 anos atende crianças e jovens em situação de vulnerabilidade de pelo menos três regiões administrativas do Distrito Federal. Boa parte das oficinas que acontecem de segunda a sábado no contraturno escolar são tocadas por voluntários.
A coordenadora do Programa, a voluntária Luiza Koshino, 64 anos, é uma das pessoas que se dedicam profundamente ao projeto. “Ser voluntária é uma forma de participar ativamente da construção de uma sociedade mais generosa, justa e bela”, define, afirmando que o voluntariado a permite ser melhor a cada dia. “Ser voluntário é estar no fluxo da vida, reconhecendo que cada necessidade que surge ao nosso redor é um convite para contribuirmos com aquilo que temos de melhor, deixando nossa marca de serviço no mundo”, disse.
Para a professora Lúcia Helena Galvão, também voluntária da Nova Acrópole há 36 anos, a proposta é “olhar para algo e não pensar para que que isso me serve, mas olhar para algo e pensar como eu posso servir a isso, como eu posso contribuir no caminho das coisas, de tal maneira que elas se aproximem um pouco mais do bem delas.”
Por meio da atuação de voluntários iniciada em 1957 nasceu a Organização Internacional Nova Acrópole, que hoje se dedica ao ensino de filosofia, a cultura e o voluntariado em dezenas de países.
A Nova Acrópole no Brasil possui status consultivo junto ao Conselho Econômico e Social das Nações Unidas e apoia os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em particular o Objetivo 4, que trata da Educação de Qualidade; o Objetivo 16, que trata da Paz, Justiça e Instituições Eficazes; e o Objetivo 17, que trata de Parcerias e Meios de Implementação.
A organização internacional filosófica promove ações humanitárias, ecológicas, projetos sociais e educativos. Conforme a própria instituição, ela trabalha para melhorar o mundo e o ser humano por meio da Filosofia Aplicada: uma proposta que busca oferecer respostas aos problemas contemporâneos.
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