

Escalada de tensão entre Caracas e Washington reacende alerta diplomático na América do Sul | Foto: reprodução/Facebook
28 de outubro de 2025 — O governo da Venezuela acusou, nesta segunda-feira (27), a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) de planejar um ataque contra o contratorpedeiro USS Gravely, da Marinha norte-americana, ancorado em Trinidad e Tobago, com o objetivo de culpar o presidente Nicolás Maduro e justificar uma eventual intervenção militar no país.
De acordo com o ministro do Interior, Diosdado Cabello, as forças de segurança venezuelanas teriam desmantelado uma célula criminosa financiada pela CIA, prendendo quatro pessoas envolvidas no suposto plano.
O chanceler Yván Gil afirmou ter comunicado oficialmente o governo de Trinidad e Tobago sobre a “operação de bandeira falsa”, termo utilizado para designar ações encobertas com o intuito de manipular a opinião pública. “Informei com clareza ao governo trinitário sobre a operação dirigida pela CIA: atacar um navio militar estadounidense parado na ilha e culpar a Venezuela”, disse Gil, citado pelo jornal O Globo.
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O episódio intensifica o clima de tensão entre Caracas e Washington, que vem se agravando nos últimos meses. Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou ter autorizado operações secretas da CIA na América do Sul e destacou a intenção de ampliar ações militares contra o narcotráfico na região. Segundo o governo norte-americano, essas operações resultaram em 43 mortes no Caribe e no Pacífico.
O USS Gravely, equipado com mísseis Tomahawk, foi enviado a Trinidad e Tobago, a menos de 10 quilômetros da costa venezuelana, acompanhado pelo porta-aviões Gerald R. Ford. Trata-se da maior movimentação militar dos EUA no Caribe desde a invasão do Panamá, em 1989.
Em resposta, a primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, rejeitou as acusações venezuelanas e classificou-as como uma tentativa de pressão política. “Não aceitaremos chantagem. Nosso futuro não depende da Venezuela e nunca dependeu”, declarou à agência AFP.
O governo trinitário ressaltou que a presença do navio norte-americano visa reforçar o combate ao crime transnacional e fortalecer cooperação em segurança e capacitação entre os dois países. “Valorizamos a relação com o povo venezuelano, dada a história compartilhada entre nossas nações”, afirmou a nota oficial.
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