

A tecnologia foi desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a University College London e recebeu investimento equivalente a R$ 13 milhões | Foto: Sandro Araújo/ Agência Saúde
20 de novembro de 2025 – A comunidade científica deu um passo histórico rumo à prevenção do câncer de pulmão. A partir de 2026, começam os primeiros testes em humanos da LungVax, a primeira vacina preventiva do mundo direcionada ao tumor que mais mata globalmente há três décadas. A tecnologia foi desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a University College London e recebeu investimento equivalente a R$ 13 milhões.
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A LungVax utiliza uma plataforma semelhante à da vacina Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19, baseada no vetor viral não replicante ChAdOx2-lungvax-NYESO. Esse vetor transporta um pedaço de DNA que instrui as células a produzirem uma proteína chamada NY-ESO-1, normalmente expressa em células que começam a sofrer alterações pré-cancerígenas.
Ao reconhecer esse fragmento como um sinal de alerta, o sistema imunológico é treinado para atacar precocemente qualquer célula pulmonar que apresente comportamento suspeito. Dessa forma, a vacina cria um estado de “vigilância contínua”, impedindo que mutações iniciais evoluam para tumores.
“Esse vetor entrega DNA para dentro da célula, que passa a produzir elementos capazes de ativar as células T. É como colocar o pulmão em vigilância constante para atacar qualquer célula que pareça tumoral”, explica o oncologista Stephen Stefani, do grupo Oncoclínicas.
A LungVax inaugura uma lógica diferente das vacinas oncológicas estudadas até hoje, geralmente indicadas para quem já tem um tumor. Agora, o objetivo é prevenir o surgimento ou o retorno da doença em grupos de alto risco.
Nos primeiros testes, a vacina será aplicada em pessoas que:
De acordo com o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, a definição dos grupos que poderão receber a vacina no futuro será complexa e envolverá fumantes, ex-fumantes, pessoas com histórico familiar e imunossuprimidos. “Será uma discussão enorme”, afirma.
A LungVax está no início de sua trajetória e terá de cumprir todas as etapas dos ensaios clínicos antes de ser aprovada para uso amplo.
Fase 1 – Segurança e dose ideal (30 pessoas)
É a primeira aplicação em seres humanos. Os pesquisadores vão analisar:
Fase 2 – Sinal de eficácia (560 pessoas)
O estudo avança para grupos maiores, comparando voluntários vacinados e não vacinados para identificar:
O câncer de pulmão continua sendo o mais letal do mundo e um dos mais difíceis de detectar precocemente, já que seus sinais iniciais tendem a ser silenciosos. Além disso, o tumor apresenta neoantígenos bem definidos, facilitando o desenvolvimento de vacinas preventivas.
“É um câncer que merece destaque. Há 30 anos ocupa o primeiro lugar entre os cânceres que mais matam no mundo. Por isso, se mostrar eficácia, essa vacina será revolucionária”, reforça Stefani.
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