

Ex-presidente Jair Bolsonaro | Foto: REUTERS/Adriano Machado
27 de novembro de 2025 – O Partido Liberal (PL) suspendeu o salário e todas as atividades partidárias do ex-presidente Jair Bolsonaro após o início do cumprimento da pena de 27 anos de prisão a que foi condenado. A decisão ocorre em razão da perda dos direitos políticos, conforme determina a legislação eleitoral.
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Segundo o partido, a medida segue o que prevê a Lei nº 9.096/95, que obriga o cancelamento imediato da filiação de qualquer pessoa que perca seus direitos políticos. Bolsonaro, que ocupava o cargo de presidente de honra da legenda, terá suas funções e remuneração suspensas “enquanto perdurarem os efeitos do acórdão condenatório” da Ação Penal 2.668.
O artigo 22 da lei estabelece que o partido deve cancelar a filiação em casos de morte, perda de direitos políticos, expulsão ou outras previsões estatutárias, devendo comunicar o filiado em até 48 horas.
De acordo com a prestação de contas enviada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro recebia R$ 33.873,67 mensalmente pelo partido. Em agosto, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, consultou o advogado Marcelo Bessa sobre a possibilidade de manter o salário mesmo com Bolsonaro em prisão domiciliar.
O parecer do advogado afirmava ser possível manter o pagamento, argumentando que não havia impedimentos para o exercício de atividades remotas. A decisão atual do partido, porém, revoga essa interpretação em função da condenação.
Bolsonaro está detido em cela especial na Superintendência da Polícia Federal em Brasília desde o dia 22, após tentativa de violar a tornozeleira eletrônica e levantar suspeitas de fuga. Na terça-feira, 25, o ministro Alexandre de Moraes determinou o início imediato do cumprimento da pena, encerrando o processo.
Os demais condenados do “núcleo crucial” da suposta trama golpista foram encaminhados a unidades das Forças Armadas e do sistema penitenciário. Bolsonaro tem recebido visitas de familiares mediante autorização do STF. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro – que também recebe salário do PL Mulher – e os filhos Flávio, Carlos e Renan estiveram com ele nos últimos dias.
Michelle também tem enviado refeições preparadas em casa, entregues por seu irmão, Eduardo Torres, que era uma das principais companhias de Bolsonaro durante o período em que permaneceu em prisão domiciliar.
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