

Ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, na porta de sua casa, durante período de prisão domiciliar, em Brasília | Foto: REUTERS/Mateus Bonomi
24 de novembro de 2025 -A cúpula do Centrão adotou uma postura de prudência após a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, ocorrida no sábado (22) em Brasília. Apesar de reconhecerem que o episódio da violação da tornozeleira eletrônica enfraqueceu sua imagem pública, líderes do bloco afirmam que Bolsonaro ainda será decisivo na escolha do nome capaz de unificar a direita nas eleições de 2026.
A prisão preventiva ocorreu após o ex-presidente admitir ter tentado danificar o equipamento de monitoramento, sob justificativa de “alucinações” causadas por medicamentos. O caso, segundo membros do Centrão, provocou desgaste político, mas não eliminou a influência do ex-presidente sobre sua base.
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Nas primeiras horas após a prisão, manifestações de solidariedade vieram de figuras influentes como Arthur Lira (PP-AL) e Gilberto Kassab (PSD). A sinalização foi interpretada como um indicativo de que o Centrão não pretende romper com Bolsonaro, pelo menos enquanto sua base popular permanecer ativa.
Além de PP e PSD, compõem o núcleo do bloco o União Brasil, o Republicanos e parte do MDB.
Dirigentes afirmam que o grupo está à espera da estabilização do quadro jurídico e de saúde do ex-presidente para avançar em definições estratégicas. Qualquer movimento sem o aval de Bolsonaro seria visto como traição e poderia tensionar a relação com o eleitorado mais radical da direita.
Mesmo preso preventivamente, aliados acreditam que Bolsonaro deve iniciar em breve o cumprimento da pena relacionada à condenação por tentativa de golpe. Ainda assim, o Centrão prefere que ele indique seu sucessor, sendo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o nome mais bem posicionado.
A família Bolsonaro, porém, resiste à ideia e articula alternativas dentro do próprio clã — incluindo Michelle Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro.
Nos bastidores, líderes do Centrão avaliam que a tentativa de danificar a tornozeleira compromete o discurso de perseguição política, amplamente usado pelo ex-presidente e seus apoiadores. Para eles, o episódio enfraquece a narrativa e gerou constrangimento entre governadores que inicialmente prestaram apoio público, mas silenciaram após o vídeo em que Bolsonaro admite a violação vir a público.
O nome preferido do Centrão segue sendo Tarcísio de Freitas, visto como mais competitivo e capaz de herdar o eleitorado bolsonarista. Outros governadores, como Ronaldo Caiado (União Brasil), Romeu Zema (Novo) e Ratinho Jr. (PSD), também disputam espaço, mas aparecem atrás nas pesquisas nacionais.
A família Bolsonaro segue como variável central, podendo lançar um de seus integrantes na disputa presidencial de 2026.
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